sábado, novembro 19, 2011

Primavera Árabe se estabelece no Csapão

O Csapão Clausura 2011 realizou sábado, 05 de novembro, as partidas que marcaram seu grand finale. Com as decisões do Troféu Newtão, do 3° lugar e do título, o público pode desfrutar de sua desejada cerveja para acompanhar, na quadra do Colégio Promove Mangabeiras, os tão aguardados duelos.

Desde as 10 horas da manhã, a audiência pode prestigiar a vitória do Time dos Não-Titulares (TNT) sobre o Atecubanos por 7 a 3, o que conferiu mais uma vez o troféu destinado à equipe com a pior campanha do torneio à esquadra formada por atletas do XI Csap.

Em seguida, foi a vez de seguir com os olhos fixos nos disputados lances da Matilha Prateada contra os ´Bucaneiros´. IPM e 171 fizeram um confronto super equilibrado durante toda a primeira etapa e a primeira metade da fase derradeira. O encontro, que ia empatado até o 4 e 4, tomou outro panorama logo após os representantes do XVIII Csap conseguirem retomar a frente no marcador. Com o 5 a 4 no placar e um plantel maior do que o do adversário (três suplentes contra um), o desfecho parecia líquido e certo. Mas a surpresa não demorou a aparecer e a melhor defesa da primeira fase, que só havido sofrido quatro gols nos quatro primeiro jogos, sofreu cinco apenas nos seus últimos dez minutos no campeonato. Com isso, selou-se o terceiro posto para os alvinegros do 171 com a vitória por 9 a 5 e o destaque, como de costume, para o habilidoso Nandinho.

Ao meio-dia, com narração inaugural da Rádio DA Csap (veja vt na íntegra no podcast), os atuais campeões do XXIItas encontraram novamente em uma final o XoXota, atuais vice-campeões. E o início da final marcou um intenso predomínio da equipe rosa e negra, em que se destacou a permanente troca de passes no meio-de-campo, principalmente com Diogo, Pagliara e Marcel. O plano de jogo dos ‘Salmões Endiabrados’ nada mais representava do que seu estilo de atuar, característico desde o início de suas aparições no segundo semestre de 2007.

Com o predomínio na posse da bola, artifício muito usado no salão para fazer o tempo passar enquanto a equipe tenta encaixar um jogador apto para a finalização, os discípulos de Xavi Hernández, Andrés Iniesta e Lionel Messi passaram boa parte do primeiro tempo. Mas não se tratava de uma ação sem objetividade, já que, a todo momento, a formação chegava em condições razoáveis de disparar ao gol de Daniel.
Se o jogo coletivo era o destaque dos tetracampeões do Csapão, o matemático ‘De Azul’ resolveu demonstrar que era possível ver algo mais. Ao dominar uma bola na linha de fundo pelo lado esquerdo, o avante encontrou um marcador que não o permitia seguir em linha reta. Então, parou a bola, fez que ia voltar e, quando o adversário fez o mesmo movimento, ele puxou para a esquerda, num elástico maravilhoso, entrou na área e tocou no canto direito, na saída do arqueiro oponente para marcar 1 a 0.

A desvantagem no placar fez com que o ‘Tricolor Mouro’ tivesse de sair um pouco mais para o jogo e tentar ultrapassar a marcação do XoXota, muito bem encaixada naquela manhã. A diferença, no entanto, residia no posicionamento do então vice-artilheiro da competição, Raphael Vasconcelos. Autor de 21 gols, o maior goleador do Csapão desde 2008 não conseguiu passar do meio-campo e, quando o fazia, não tinha espaço para ultrapassar seus contumazes marcadores.

Mesmo assim, os atuais campeões do Apertura insistiram nos avanços e começaram a chutar da intermediária e, em dois lances, deixaram Galvão mais atento devido às finalizações que passaram uma de cada lado de sua meta mas não provocaram estragos maiores. E, da mesma forma que aconteceu com o XoXota, também tiveram que lançar mão de outro artifício para chegar com mais perigo ao gol. No caso xxiita, a velocidade foi a opção adotada e experimentada em uma descida pelo flanco esquerdo da quadra. Baka chegou à linha de fundo e cruzou para Raphael, sozinho no meio da área, tocar para as redes e empatar a partida em 1 a 1.

A igualdade no marcador poderia dar uma nova feição à partida, porém o que se viu foram salmões endiabradas muito mais racionais e perigosos. A exemplo da seleção brasileira de Dunga antes do Mundial de 2010, a equipe continuou firme na marcação e começou a explorar os contra-ataques, principalmente com a agilidade de ‘De Azul’. E foi exatamente com ele que chegaram ao segundo tento após roubada de bola em seu campo defensivo. No dois contra um dos rosa e negros contra os tricolores, o artilheiro puxou a bola para a intermediária direita e fuzilou dali mesmo, conseguindo acertar o canto direito de Daniel que ainda esticou os braços sem conseguir impedir o gol. 2 a 1.

O cenário continuou da mesma forma até o fim da primeira etapa. Os tetracampeões mantendo a posse de bola e sendo pouco ameaçados em sua meta, enquanto os atuais campeões ainda não conseguiam reeditar as exímias atuações ocorridas durante todo o torneio.

Após o intervalo, viu-se uma outra dinâmica de jogo por parte do ‘Tricolor Mouro’, que iniciou a segunda etapa com o ânimo renovado para bombardear o arqueiro Galvão. Mas se a atitude dos atletas do XXII havia feito com que eles começassem a se acertar em quadra, a eficácia desse comportamento não era completa. Mais finalizações certas eram realizadas e, no entanto, graças ao arqueiro que esteve fora no campeonato anterior em função de viagem ao exterior o placar não era alterado. As defesas tão seguras deixavam qualquer um reticente quanto a possibilidade de que ele fosse vazado uma vez sequer.

A vantagem do XoXota fazia com que Raphael explicitasse seu descontentamento pelas bolas não recebidas de Leo Alonso, que, em alguns momentos, demorava a dar o passe ou a partir para disputá-la. Tanto a situação não estava satisfatória que o craque xxiita resolveu dar um tempo no banco, ainda que isso enfraquecesse um pouco seu escrete, e acompanhar o que seus companheiros poderiam fazer durante os minutos de sua ausência.

Para o torcedor presente no Colégio Promove, parecia clara a oportunidade do ‘Salmão Endiabrado’ aproveitar a oportunidade e definir o placar nesse período. E, claro, você, leitor, vai dizer que sempre estão presentes os deuses da bola. Na final do Clausura 2011, é possível dizer com segurança que eles estavam assistindo bem de perto. Tão próximos que viram o mesmo Leo Alonso, vilão há pouco, girar na intermediária direita depois de dominar um passe e, de bico, chutar forte contra o arco rival. Forte o suficiente para a número cinco desviar levemente em um adversário e morrer no ângulo superior esquerdo de Galvão, estático no lance em razão da mudança de trajetória da bola. 2 a 2.

Se para alguns como Pagliara o físico não era problema, uma vez que era possível vê-lo atravessar a quadra em questão de segundos um sem número de vezes, para outros o cansaço começava a pesar. ‘De Azul’ reconheceria mais tarde que, àquela altura da partida, estava extenuado e Marcel já havia cedido o lugar para Diego. Por isso mesmo, o tempo técnico foi solicitado por Chan, para ver se conseguia evitar o desequilíbrio de sua equipe.

E pouco depois da volta do tempo técnico, ouviram-se gritos da torcida chamando o recém entrado Steavy de louco. Com lesão no ligamento anterior detectado pelo departamento médico, o jogador mais habilidoso do XoXota e que o desfalcara desde o fim da primeira partida do torneio, foi, literalmente, para o sacrifício. Lembrando o atacante corinthiano Liédson, que pode ser visto em algumas de suas últimas partidas mancando em campo, o atleta do XX Csap entrou em quadra e participou logo de uma contenção de ataque oponente. E, no lance seguinte, subiu para converter o terceiro gol de sua equipe. Recebeu cruzamento na área, passou do goleiro e, para seu desespero, também não conseguiu completar o movimento para tocar para o gol. O ligamento não o deixou parar em pé e ele terminou sua participação ali mesmo.

A partir daí, o cenário de vantagem xxiita se consolidou e os avanços da equipe e sua troca de passes na área foram bem mais intensos. Baka e Leo Alonso começaram a aparecer, Theta também passou a dar muita movimentação à equipe e mesmo Xandão que não atuou durante muito tempo teve uma chance de empatar a partida logo que entrou na metade da segunda etapa.

A diferença começou a acontecer quando Leo Alonso exerceu bem seu papel de pivô e ao escorar uma bola dentro da área, marcado, deixou-a para o camisa 10, Erick, que entrara há pouco. Entrara para desempatar a partida e deixar ensandecida a torcida que se fazia presente nas arquibancadas. 3 a 2.

O desconcerto psicológico, então, tomou conta do XoXota e a partida ficou completamente sob controle dos representantes do povo muçulmano. Os contra-ataques eram permanentes pelo lado mouro e os ‘Salmões` já não conseguiam se posicionar adequadamente para tentar mudar a história. Tanto é que, em avanço dos tricolores comandado por Leo Alonso, Galvão impediu que o adversário passasse por ele, derrubando-o. O arqueiro já possuía amarelo e, pelo lance, recebeu o vermelho da árbitra Juliana que, no entanto, poderia ter esperado a conclusão da jogada, que terminou em gol.

Se a cobrança da falta não resultou em gol, pouco tempo depois, em outro lance de cobrança de infração, a bola sofreu para Vinícius Baka aproveitar a desvantagem numérica do adversário e escorar para fazer o quarto gol. 4 a 2.

Daí em diante, os tricolores administraram a vantagem e chegaram próximos ao gol mais algumas vezes. Com Chan no gol, o XoXota não sofreu tanto perigo mais, mas também não conseguiu diminuir a diferença no placar. Assim, os XXIItas chegaram ao bicampeonato e puderam, na entrega das medalhas e do troféu, em tom amistoso, gritar novamente pelo título e tirar um sarro sobre a ‘tremedeira’ do XoXota.

sábado, maio 14, 2011

Mesmo surpreendidos pelo XXVIduzir , ‘Orange-noir’ asseguram classificação

A 5ª e última rodada da 1ª fase do Csapão Apertura 2011 reservou, no dia 1º de Maio, às 10 horas, na Tropical Academia, dois confrontos que decidiriam do segundo colocado em diante no Grupo B. As partidas entre XI com Álcool e XXVIduzir e IPM e Black Jack definiriam, também, se o terceiro colocado dessa chave alcançaria a fase quartas-de-final.

Para os derradeiros jogos, a organização do torneio, por meio de sorteio, estabeleceu o primeiro horário da manhã, 10 horas. Em ambas, o favoritismo recaía sobre as equipes mais tradicionais, os ‘orange-noir’ e a ‘Matilha Prateada’, em função também da vantagem que ambos traziam na tabela de classificação. Até aquele momento, os representantes do XI Csap haviam somado seis pontos e os do XVIII Csap contavam com quatro contra três e zero de seus respectivos adversários.

Buscando a confirmação de sua passagem à fase seguinte, os ónzimosalcoolianos levaram praticamente todos seus atletas para o embate, com exceção do fixo Adriano que, além de pendurado com um cartão amarelo, também se ausentaria devido à ida a um casamento em Ponte Nova na noite anterior, o que inviabilizaria seu retorno a tempo. No entanto, a esquadra contaria com a estreia nessa edição de Ramsés, depois de aguardada expectativa por seu retorno.

Com esses nomes disponíveis, o XI com Álcool foi para a partida com Felipão, Victor Hugo, Diego, Thiago Cançado e Carlão, tendo a suplência de Ramsés, Persa, Bruninho e Leonardo, uma formação nunca antes disponível.

Do outro lado, a formação do XVI Csap contava com jogadores altos em sua maioria e ávidos pela vitória, sua única alternativa na busca pela classificação. Para isso, mandaram à quadra Rodolfo, Maranaga, Pedro, Fernando Katsumi e Victor Cândido e mais dois jogadores na suplência.

A expectativa constatada nas arquibancadas e entre o público em geral era a de que a superação dos veteranos frentes aos calouros ocorreria sem sobressaltos, mas essa presunção necessitava ser confirmada dentro das quatro linhas. E o apito inicial do árbitro permitiu aos presentes a constatação de que na prática a teoria é outra.

O XXVIduzir, que disputa seu segundo torneio da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, trouxe consigo um sistema de jogo com uma marcação muito mais rígida do que a sofrida pelos ‘nerancieri’ até ali e uma agilidade para se desvencilhar da marcação também incomparáveis. O trabalho exercido pelo ‘Japa’ Katsumi permitia à equipe se movimentar bem e criar oportunidades cada vez mais claras de finalizar. Para proporcionar essa liberdade a ele, a dupla fechava a área caloura não abria espaços para chutes de curta distância de forma alguma, mesmo com a intensa pressão dos adversários.

E não foram poucas as tentativas para vencer o arqueiro da ‘Equipe mais sedutora do Csap’, segundo a própria denominação cunhada por eles. Mas o arqueiro e capitão dos calouros foi uma surpresa como há muito não se via nos torneios disputados na Tropical Academia. Rodolfo, com seus aproximadamente dois metros, se atirava e defendia disparos inimagináveis, quer se originassem de longa ou média distância quer viessem à queima-roupa. Finalizações que nas partidas anteriores teriam dado a vantagem de muitos gols para os ‘orange-noir’, naquela manhã não propiciavam nem a abertura do marcador.

A insistência, no entanto, deveria premiar aqueles que se dispusessem a repetir o lema de não morrer nunca quem peleia sempre. E se a bola de segurança no vôlei sempre é endereçada ao oposto do time, no futsal ónzimo ela cabe ao pivô. E quem exercia esse função durante a primeira metade da etapa inicial era o ‘Gigante’, que não fugiu à sua responsabilidade e depois de muito tentar aproveitou uma oportunidade para chutar cruzado da entrada da área e balançar o lado esquerdo das redes adversárias. 1 a 0.

Apesar da abertura do placar, a história do embate continua na mesma toada, parecendo mesmo que não havia acontecido nada de diferente no ‘score’. A partir daí, inclusive, o habilidoso Katsumi começou a aparecer com mais nitidez e causar mais preocupação em seus marcadores. Ainda que, em muitos momentos, ele abusasse de um ‘excesso de vontade’, quando não de trancos ilegais, de forma similar aos dois defensores de sua equipe, ele também exibia uma capacidade de desmontar a marcação individual tentada pelos veteranos.

E deixá-lo com a bola dominada no meio e com o adversário um pouco longe poderia ser fatal. Mas não poderia ser esquecido o pivô Vitor Cândido que, na mesma faixa da quadra, passou ao lado de Leonardo que entrara no lugar de Carlão, avançara, saíra da marcação de Diego e de Persa, que, postado ao lado do outro ala de seu time ao invés de fazer a sobra, não teve condições de deter o chute que foi no ângulo superior esquerdo de Felipão, sem nenhuma chance de defesa. 1 a 1.

O jogo, indefinido, tanto pelo resultado como pelo futebol apresentado por ambos os duelantes iria assim para o intervalo, após muitas outras chances criadas dos dois lados.

Na parada entre os tempos, os ‘nerancieri’ discutiram a forma de se livrar da forte marcação e voltar a apresentar-se de forma semelhante às partidas anteriores, com um bom toque de bola e sua posse pelo maior tempo possível. Buscaram, também, acertar o esquema tático que, com a presença de jogadores que não estiverem presentes nos encontros precedentes, não era seguido como se esperava, inclusive com avanços e recuos distintos aos desejados e esperados desde o início do cotejo.

Para a etapa final, o XI com Álcool retornou com a mesma formação que iniciara a primeira etapa e com o retorno à suplência daqueles que os substituíram em massa na segunda metade da etapa inicial. E para esses últimos vinte minutos, o XXVIduzir, que contava com a torcida dos Calouros do XXVII Csap nas arquibancadas, veio com toda a disposição e, em algumas jogadas, cometeram faltas ou desnecessárias ou violentas que, no entanto, foram sendo coibidas, em sua maioria, pelo árbitro.

Mas para bater a revelação do torneio, os ‘orange-noir’ necessitariam ser o mais ofensivo possível, porque, mesmo com a grande atuação de seus oponentes, era o único caminho que lhes poderia tirar o risco de uma nova desclassificação na primeira fase. Desde sua fundação, a equipe não avançara para a fase seguinte de campeonatos no Apertura 2009 e no Clausura 2010, mas nunca ficara dois torneios consecutivos de fora das quartas-de-final.

Por isso, o bombardeio à meta rival prosseguiu de forma ininterrupta, mas para sua eficácia seria necessária a individualidade aparecer e superar o forte esquema defensivo armado. E somente passaria pela cabeça daquele torcedor mais tradicional e que acompanha os multicampeões desde seu início que ela sobrasse nos pés de Diego Vettori. Dono da melhor saída de bola da equipe e destaque em muitas edições anteriores, o ala subiu pelo lado direito da defesa ao ataque e da intermediária ofensiva soltou o famoso canudo, cruzado e no canto esquerdo de Rodolfo, numa bola indefensável no ângulo superior esquerdo do arqueiro. 2 a 1.

Com a vantagem em sua posse, os veteranos não diminuíram o ritmo e a cada recuperação de bola e cobrança de tiro-de-meta, a equipe iniciava um rápido contra-ataque para tentar ampliar o marcador e definir a fatura. A equação, no entanto, não chegava a um resultado positivo por méritos do adversário, que não dava espaços para o domínio de bola, e por deméritos do próprio XI, em especial dos jogadores mais avançados, que deixavam a número cinco bater e voltar, num efeito bumerangue.

O XXVIduzir não poderia perder essa baixa de seus experientes adversários no jogo e o fez para empatar o jogo. Com a precisão dos passes que distribuía durante o jogo até então, Katsumi recebeu passe na intermediária ofensiva e desferiu forte chute, idêntico ao de Vitor na primeira etapa só que no canto superior direito do arqueiro ónzimo, para igualar em 2 a 2 a partida.

E o desequilíbrio momentâneo foi mais prejudicial ainda para os ‘orange-noir’, já que, no contra-ataque seguinte sofrido, Vitor Cândido aproveitou a desatenção da defesa em sua recomposição e, antecipando-se a eles, recebeu a bola na frente e tocou cruzado na saída de Felipão para ampliar o marcador. 3 a 2.

A parada brusca e inevitável para um tempo técnico foi a única solução encontrada para tentar estancar a perda do controle do jogo e buscar reestruturar a equipe. Atentou-se para a disposição tática inadequada, com a incapacidade de se manter e/ou dominar os passes dados e mesmo a subida dos fixos ou alas sem a ocupação de suas funções por outros atletas.

Como ainda faltava um tempo razoável para o fim da partida, os ‘nerancieri’ sabiam que necessitariam atacar para, pelo menos, empatar o jogo, já que se sabia que o IPM estava vencendo o seu jogo na quadra ao lado.

E não poderia ter sido de outra forma a reação veterana, que se incumbiu de não deixar o ritmo cair, mas se assegurando de não deixar a defesa tão transponível como ficara em alguns momentos do encontro.

E, mais uma vez, para resolver surgiu Carlão, que aproveitou uma bola recebida na área do XXVIduzir para girar e chutar cruzado no canto direito de Rodolfo e empatar a partida. 3 a 3.

As emoções, contudo, não pararam por aí, porque houve tempo para o XI cometer algumas faltas e sofrer outros. Minutos que visualizaram o desentendimento de Katsumi com Diego e o amarelo recebido pelos dois depois de uma troca de empurrões mais ríspida.

Mas, no fim, o placar não sofreu mais alterações e resultou na classificação dos veteranos e na eliminação dos calouros. A surpresa tida por todos, ao verem a tabela final, com o resultado da outra partida, foi o empate no número de pontos e no saldo de gols entre os ónzimosalcoolianos e a ‘Matilha Prateada’. Ambos somaram sete pontos e seis gols de saldo, mas os multicampeões assinalaram 21 gols contra 17 dos eternos vice-campeões, terminando assim, respectivamente, em segundo e terceiro lugares, atrás dos líderes da Esquadrilha Abutre.

Com o sorteio realizado na sexta-feira seguinte, 06 de maio, definiram os confrontos para a fase seguinte e o adversário dos ‘orange-noir’ serão os bicampeões do Bento XVI, sem a garantia da presença do matador Ian, atualmente morador da capital paulista. O clássico marcado para as 11 horas do dia 15 de maio será simultâneo a partida entre XXiitas e MaXIXe e ambas precederão XoXota e IPM e Esquadrilha Abutre e 171.

A expectativa, portanto, cresce com a subida de produção de equipes que não faziam bons papeis nos últimos torneios, como os Abutres e o XI com Álcool, e a queda de rendimento do Bento XVI e 171. Promessa de disputa acirrada no fim de semana.

Formações:

XI com Álcool: Felipão, Victor Hugo, Diego, Thiago Cançado e Carlão. Entraram: Ramsés, Persa, Bruno Alencar e Leonardo.
XXVIduzir: Rodolfo, Maranaga, Pedro, Fernando Katsumi e Vitor Cândido. Entraram: João Vitor e Reserva 2.

Gols:
XI com Álcool: Carlão (2) e Diego
XXVIduzir: Vitor Cândido (2) e Fernando Katsumi

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sábado, abril 30, 2011

De Zé Godoi a Gandhi: cábalas e crenças que escrevem a história nerancieri

No último dia 17, domingo, às 12 horas, a Tropical Academia recebeu os jogos de fundo da 4ª rodada do Csapão Apertura 2011. Pelo Grupo A, encontraram-se, finalmente, o XI com Álcool e o Black Jack, depois da previsão de disputa na abertura da temporada e que, por uma mudança de última hora na tabela de jogos, teve de ser adiada para nova data.

Mas a história do duelo começou antes da chegada aos limites do reduto localizada no Bairro Minas Brasil. Iniciou-se, claramente, nas trajetórias dos atores daquela tarde vindos de suas residências para seu compromisso. Nesse ínterim, sinais no caminho foram ajudando a explicar por que um novo enredo tem sido desenvolvido na história ‘orange-noir’.

As sobrenaturais narrativas sempre contam com um relógio, símbolo de que algo está por vir nos próximos minutos ou horas. Os ponteiros que cruzaram a vida dos veteranos foram o do tradicional edifício do Zurich Minas Brasil, localizado na Praça Rio Branco, em frente ao Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro, na capital mineira. Quando se deslocavam rumo à partida de pouco depois, Leonardo e Thiago Cançado se depararam com a marcação de 11 horas e 11 minutos e logo se despertaram para o fato.

Não poderia ser uma simples coincidência, não mesmo. E eis que, ao continuar a percorrer o viaduto que os leva ao centro da cidade, deparam-se à frente deles com um modelo do s mais antigos do Chevette com a inscrição ‘Zé Godoi: Fei que dói’. Godoi? Mas esse não era o nome do ex-árbitro de futebol que acabava de se recuperar das lesões sofridas em sua reação a um assalto sofrido na capital paulista? Embora não soubessem explicar o significado daqueles traços no céu ou no chão, ambos sabiam que tinha muito a ver com o que aconteceria a poucos quilômetros dali.

No prélio vespertino, o primeiro de que os ‘nerancieri’ participariam no ano, estava em jogo a possível classificação antecipada dos veteranos e a possível eliminação prévia dos calouros. Mas como ambas as situações dependiam do resultado do outro confronto disputado simultaneamente entre Esquadrilha Abutre e IPM, as atenções teriam que ser concentradas dentro de suas quatro linhas.

Para a partida, o XI com Álcool não contaria com Victor Hugo, autor de uma ótima estreia na 2ª rodada do torneio, que havia informado de antemão a respeito de sua ausência, nem Ramsés, que não iniciara sua participação até aquele momento no campeonato e ficaria fora mais uma vez em razão do aniversário de 88 anos da avó de sua namorada, um momento histórico. Além dos dois, a equipe também não contaria com os temporariamente aposentados Édson Silveira, com lesão no joelho, Mário Neto e Vinícius Lott, ambos sem condições físicas de disputar uma partida de alto impacto como as do Csapão.

Com isso, os multicampeões levariam à quadra a base que vinha atuando bem desde o começo do Apertura, contando, inclusive, com a volta do próprio Thiago Cançado, recuperado das cólicas renais que o deixaram um cotejo ausente. Presentes estavam o arqueiro Felipão, o fixo Adriano, os alas Diego e Thiago, e o pivô Carlão. Para o permanente rodízio, o fixo/ala Persa, o ala Bruno Alencar e o pivô Leonardo.

Do outro lado, os adversários do Black Jack vinham com sua força máxima, comandados por Thiaguinho e Bruninho, destaques em inúmeras competições anteriores, mas que, em 2011, não conseguiam impedir um movimento de queda livre e acelerada da equipe. Além deles, entraram para o jogo Cajango e André Reggiani para dar o suporte defensivo necessário.

As esquadras deram os pontapés iniciais na número cinco e, desde o primeiro minuto, o domínio dos onzimoalcoolianos foi evidente e a troca de passes entre Diego e Thiago, o RC do Csap, pode ser constatada desde já. Tão rápido o entrosamento do quinteto inicial que a primeira chance de gol surgiu na primeira descida da equipe. Em jogada construída na lateral esquerda do campo defensivo, a bola chegou em Carlão, centralizado na meia-cancha, e, exercendo bem o papel do pivô, ele logo abriu para Thiago receber na intermediária ofensiva. O ala recebeu-a e, sem pestanejar, não deu mais do que dois toques na bola antes de finalizar cruzado de direita no canto destro do arqueiro rival. De tão célere a jogada e por não estar com lentes, o setelagoano nem percebeu que ela havia balançado as redes e imaginou que houvesse desperdiçado a oportunidade. 1 a 0.

O reinício de jogo mostrou que a equipe do famoso jogo de azar, popularizado nos cassinos cinematográficos de Las Vegas e nas rodas de bar brasileiras, não se deixaria assustar pelo inesperado ímpeto ofensivo adversário. Por isso, não foram poucas as investidas para tentar alcançar o empate o mais rápido possível, o que não era obtido devido à marcação bem próxima dos ‘orange-noir’. A saída de bola veterana era impressionante e contava também com a presença constante de Adriano avançando verticalmente, como o madridista Kaká.

Mas se a principal fraqueza de uma esquadra está em sua principal virtude, isso pode ser comprovado com uma saída de bola do ala Diego que, ao perder uma bola na entrada da área, provocou sério perigo. Risco real, no entanto, ainda continuaria a atormentar o sistema defensivo da equipe e ocorreu após um lance que gerou faíscas em quadra. Após dividida no entorno do círculo central, Carlão e Thiaguinho se estranharam na linha lateral e o Gigante chutou uma bola que acertou o adversário caído ao lado da quadra. Naquele momento, o árbitro havia paralisado e assinalado falta que, contudo, não havia sido ouvida pelo pivô do XI. A rusga durou pouco e não gerou maiores conseqüências naquele momento, a não ser a clara chance de gol para o Black Jack.

Mesmo de longa distância, o lance inspirava cuidados para a defesa veterana. O chute desferido proporcionou rebote do arqueiro Felipão para frente, na pequena área, e Bruninho não desperdiçou a chance de empatar a partida. 1 a 1. A falha do experiente arqueiro seria discutida e apontada por muitos em razão de sua falta de ritmo de jogo, uma vez que havia atuado apenas na estreia e encontrava-se parado por muito tempo.

Depois da igualdade no marcador, o equilíbrio tomou conta da partida durante um tempo razoável e chances foram criadas por ambos os lados para o desempate. Apesar disso, a consistência que o XI imprimia desde a rodada inicial, quando começou a demonstrar uma mudança em seu estilo de jogo, ao passar a dominar a bola na maior parte do tempo, representou um diferencial.

Por isso, a troca incessante de passes colocava em permanente ação o pivô Carlão que, no começo da partida colaborou bastante ao voltar para auxiliar na marcação, atuando durante alguns momentos mais recuado do que os alas. Mas sua função principal continuava a ser a de homem de articulação e resolução no ataque e, sabendo disso, seus companheiros não hesitavam em lhe dar assistências. E em bola lançada do meio-campo, o Gigante recebeu dentro da área e tocou, marcado, por baixo das pernas do arqueiro adversário para fazer 2 a 1.

A partir de então, a equipe promoveu substituições constantemente e retomou o comando do jogo sem restrições. De forma alternada, entraram Persa, Bruno Alencar e Leonardo. O primeiro apresentou uma consistência defensiva que vem auxiliando a equipe a reequilibrar seu sistema defensivo, alvo de preocupações pelos onze gols sofridos em dois jogos. O segundo tem apresentado um vigor físico superior ao de quaisquer temporadas disputadas até então e adaptado à ala tem sido um substituição eficaz. O último vem resgatando a crença de que é possível manter a forma com o passar dos anos e derrubando mitos de que a tendência da equipe é de sofrer contra equipes mais jovens devido à condição atlética deles.

Com esse espírito, os ‘orange-noir’ seguiram a primeira etapa imprimindo um ritmo ao estilo arrastão, em que não havia nem tempo para sua vítima reagir ou perceber o que estava acontecendo. Os contra-ataques eram uma importante arma, mas as jogadas de bola parada não foram desprezadas. Em cobrança de escanteio, Carlão recebeu na entrada da área e a bola foi travada pela defesa oponente, mas o rebote sobrou para Leonardo na intermediária de ataque finalizar sem nem dominar no canto esquerdo do goleiro do Black Jack. 3 a 1.

O furor, no entanto, não parou por aí e, por isso, as faltas sofridas por Thiago Diniz foram acumulando, haja vista que não havia outra forma de deter suas investidas. Assim, por pelo menos três vezes ele foi derrubado quanto rumava para desequilibrar os rivais. Mas o quarto tento não veio aproveitando as infrações dos atletas do XXI Csap, mas, agora sim, explorando as roubadas de bola e partindo rumo à outra meta. Assim, Leonardo foi lançado no meio-campo, avançou verticalmente e cortou para a direita. Como o defensor não conseguiu nem esboçar reação, ele disparou no canto direito e, ainda que o arqueiro tenha conseguido tocar na bola, não conseguiu impedir que ela o superasse mais uma vez. 4 a 1.

Há muito o XI com Álcool não dominava tão amplamente uma partida como o fazia nessa tarde e por um período mais longo que de costume, o que demonstrava a solidez da equipe. Inspirados em tantos exemplos recentes do fut mundial, mesmos os desfechos impiedosos de Messi-Villa e vice-versa, os ‘nerancieri’ continuaram a armar o bote em sua defesa para arrematar em poucos segundos. A estocada seguinte foi tão ágil que soltou Bruno Alencar e Leonardo no campo de ataque e o primeiro aproveitou a chance para, de fora da área, tocar no canto do guarda-redes blackjackiano e fechar o placar do primeiro tempo. 5 a 1.

Com a partida em suas mãos (e em seus pés), a busca no intervalo foi por manter o foco para o reinício para que a vantagem obtida até então não fosse diminuída e, se possível, ampliada. Como a classificação para a fase seguinte dependia de outros resultados nessa rodada e na seguinte, não poderiam desperdiçar chances quando elas mais apareciam para retomar o caminho que levou a equipe à condição de mito no Csap.

Na segunda metade, os espectadores presentes, maior número nos últimos tempos, especialmente pela presença dos atecubanenses que haviam sido derrotados por 22 a 2 pelos XXiitas na partida que antecedera os onzimoalcoolianos, continuaram a observar mais do mesmo, novamente com a equipe que havia iniciado o primeiro tempo. A equipe que liderava a contagem não arrefeceu os ânimos e voltar a atuar de forma mágica como na estreia contra os Abutres, com constante posse de bola e girando a bola de um lado a outro, além de dribles desconcertantes. Um deles, inclusive, levou Bruno Alencar a cunhar a, agora célebre, expressão “Menino-Samba”, após uma tentativa de drible de Thiago Cançado na linha de fundo. O ala superou o goleiro adversário e somente não entrou com bola e tudo, não por humildade, mas porque foi interceptado por um defensor na bacia das almas.

Mas, nos lances seguintes, ninguém pode impedir o “Rolo Compressor” de continuar seus serviços. Em jogada que começou pela direito do ataque, Diego cortou a bola para o meio da área e soltou a pancada de perna esquerda no canto esquerdo da meta rival e confirmou o 6 a 1.

Como uma equipe de ponta, a equipe continuou trabalhando a pelota para minimizar os riscos e maximizar as oportunidades, aplicando um pouco do método SWOT, tão difundido nas aulas da Administração Pública. E encerando o campo ofensivo, não demoraria a surgir oportunidades para as finalizações e, assim aconteceu quando, mais uma vez, Diego recebeu, agora na esquerda, e só escorou com a ‘sinistra’ para ampliar em um toque cruzado o marcador. 7 a 1.

Com a clara desvantagem no marcador, o Black Jack repetia o artifício empregado nos primeiros vinte minutos e distribuía faltas a torto e a direito. Na etapa derradeira, a vítima passou a ser Leonardo, que se deslocava com a mesma velocidade que Thiago Cançado na etapa preliminar. Não faltou nenhum subterfúgio a ele, derrubado com tostões e agarrões.

Para suportar e superar a irritante e, invariavelmente, truculenta marcação, a solução foi seguir a ideologia abraçada pelo RC do Csap. Depois de cursar o mestrado, o baixinho adotou as leituras de Mohandas (Mahatma) Karamchand Gandhi, como uma ideologia a guiar seu caminhar. O princípio da resistência não violenta, como forma de protestar ao domínio britânico à Índia, pode ser visto na Tropical, afinal, o futebol arte não poderia se render à irrequietação para que ele não pudesse se visto por aquelas bandas.

Com tamanha vantagem, em alguns momentos é inevitável que ocorram alguns deslizes e, em um deles, o Black Jack aproveitou contra-ataque com André Reggiani e finalizou no canto direito de Felipão. A falha da recomposição defensiva foi observada com nitidez pelos presentes, uma vez que subiram dois avantes dos calouros contra três defensores veteranos desorganizadamente postados. Uns do lado esquerdo, todos os demais na outra porção da quadra. 7 a 2.

Mas além de não terem cometido mais do que cinco faltas para sofrerem tiros diretos, o Black Jack mais uma vez não foi alvo de disparos eficazes de seus algozes a partir dessa alternativa. O caminho foi, novamente, a cobrança de tiro esquinado e, reiteradamente, pelo lado esquerdo. Nessa oportunidade, a bola atravessou toda a extensão da área e sobrou para Leonardo que, posicionado no rumo da segunda trave, fora da área, repetiu o disparo de primeira do primeiro tempo e ao acertar o canto direito das redes do XXI anotou seu terceiro tento na partida. 8 a 2.

O XI ainda criou muitas chances no fim do jogo, mas pecou pela falta de capricho e paciência para dar um toque a mais e finalizar em melhores condições para ampliar o marcador. Assim o placar terminar mesmo como estava e, com o empate em 1 a 1 no outro jogo da chave, credenciou a equipe a terminar no segundo posto do Grupo. Para isso, será necessária a vitória por qualquer placar sobre o XXVIduzir neste domingo, 1° de maio, às 10 horas, na Tropical Academia. O primeiro lugar, no entanto, está confirmado para a Esquadrilha Abutre, uma Fênix da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro.

E a classificação ratificou apenas que as superstições e as crenças são, também, meios que colaboram para o alcance dos objetivos traçados no início do planejamento. E, por sinal, será que os sinais no céu ligam, de alguma forma, Zé Godoi a Gandhi? De onde será que eles se conhecem?

Formações:

XI com Álcool: Felipão, Adriano, Diego, Thiago Cançado e Carlão. Entraram: Persa, Bruno Alencar e Leonardo.
Black Jack: Arqueiro, Cajango, André Reggiani, Bruninho e Thiaguinho. Entraram: Reserva 1 e Reserva 2.

Gols:

XI com Álcool: Thiago Cançado, Carlão, Leonardo (3), Bruno Alencar, Diego (2)
Black Jack: Bruninho e André Reggiani.

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terça-feira, abril 05, 2011

Bons ventos os trazem

O confronto entre o XI com Álcool e o IPM, válido pela 2ª rodada do Csapão Apertura 2011, na manhã deste domingo, 03 de abril, apresentava um simbologia única. As equipes se encontrariam pela sétima vez em suas histórias, número que, em algumas culturas, marca a totalidade. O retrospecto de três vitórias para cada agremiação poderia ser alterado e invertida uma vantagem na liderança desse embate que, desde o início, pertenceu aos representantes da “Matilha Prateada”.

Isso aconteceria se os hexacampeões do principal torneio interclubes da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro vencessem e completassem três triunfos consecutivos nessa partida. Nas duas apresentações anteriores, os ‘orange-noir’ haviam levado a melhor no Clausura 2009 ao vencerem por 3 a 1 e no Apertura 2010 ao, novamente, derrotarem seus calouros por 3 a 2.

A preocupação dos Impróprios fora revelada ainda na sexta-feira em um encontro fortuito ocorrido na Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves. Na ocasião, Pilha revelou a dificuldade para somar jogadores visando o duelo do final de semana, enquanto Leonardo confirmava a presença da equipe principal com um número razoável de suplentes.

Mas esses prognósticos se modificaram nos dois dias seguintes por inúmeras razões, seja por problemas médicos, viagens de última hora ou até ausências injustificadas. Uma das estrelas da estreia veterana, RC, sentiu a intensificação das cólicas renais que vinham lhe atormentando desde o mês de outubro e teve de se dirigir a um hospital de sua cidade natal a fim de aplacar o incômodo sofrido. Com isso, o especialista recomendou-lhe a realização de ultrassom para verificar a gravidade do mal que lhe acomete e um repouso forçado de alguns dias.

Diego Vettori, outro dos nomes da primeira rodada, teve de se deslocar de Belo Horizonte de última hora e também não pode oferecer sua eficaz saída de bola à equipe. Já Ramsés, ausente contra os Abutres, era nome certo neste domingo, mas não compareceu novamente e, até o momento, a capitania da esquadra não soube os motivos desse desaparecimento. Por fim, mais um casamento retirou um jogador onzimoalcooliano de um cotejo. Felipão, como havia informado com antecedência, não pode comparecer e abriu uma dúvida sobre quem seria o responsável por parar os intensos ataques adversários.

Do lado calouro, Melo, que se dirigiria à Divinópolis no fim de semana por motivos familiares, resolveu permanecer na capital e reforçar sua tradicional equipe no clássico matutino. Rodolfo, que não teria condições de despertar a tempo se retornasse à sua casa em município da Grande BH, após a comemoração de mais um aniversário, passou a noite em casa de parentes nas imediações da Tropical Academia e também trouxe mais um alívio aos Impróprios. O único desfalque certo foi Djanis que compareceu para acompanhar a partida, mas, vítima de um estiramento muscular, não reuniu condições de entrar nas quatro linhas.

Assim, o IPM levou à quadra praticamente sua principal força e o XI com Álcool testava uma formação alternativa, contando inclusive com a estreia do ex-Galáticos, Victor Hugo. De um lado, os azuis do XVIII Csap contavam com Felipe Michel, Pilha, Melo, Duba e Mauro. Do outro, Adriano, sempre chamado a salvar a equipe nos momentos mais inglórios, foi o arqueiro da vez, auxiliado pelo novato Victor Hugo atuando de fixo, Bruninho e Persa nas alas e Carlão como pivô.

A formação ‘orange-noir’ era a mais ofensiva apresentada desde a eliminação no Apertura 2009, quando foram derrotados por 11 a 2 pelo XoXota na última rodada da primeira fase daquele torneio. Coincidentemente, estavam presentes naquela data Adriano, Bruninho, Persa e Leonardo. Além deles, apenas Felipão completava o escrete naquela partida.

Postados dessa maneira, as equipes começaram o jogo sem a predominância da posse de bola por nenhum dos disputantes, mas com a rapidez que caracterizava os estilos de atuar daqueles que estavam em quadra. As subidas com os alas do lado veterano eram uma arma super perigosa e, em alguns momentos, permitiram chances em que três jogadores avançassem simultaneamente contra a marcação de apenas um adversário.

Converter a superioridade em gols parecia ser apenas questão de tempo, principalmente, quando se via que Bruninho e Persa apresentavam suas melhores performances em pelo menos quatro anos. A torcida somente poderia esperar bons presságios ao observarem esse desempenho e contar os minutos para que sua equipe abrisse o marcador.

No entanto, a mesma vantagem que lhes era proporcionada por contar com um poderia ofensivo também lhes privava de um sistema defensivo mais organizado. Isso, os ‘nerancieri’ puderam observar em poucos minutos. Diante deles, estava uma equipe que explorava bastante os chutes de longa distância, mas que não desprezava as oportunidades para sair em ágeis contra-ataques.

Não foi na primeira oportunidade, mas não demorou para que a “Matilha Prateada” avançasse com três jogadores contra um defensor ónzimo e deixasse a cargo de Duba o disparo cruzado da entrada da área pelo lado esquerdo de seu ataque. O toque na saída de Adriano tirou do guarda-metas qualquer possibilidade de evitar o tento. 1 a 0.

Diferentemente de outras ocasiões, os hexacampeões não se abateram nem se desesperaram com o início ruim e retornaram ao jogo com calma para tentar reverter o placar. O time buscou executar as mesmas articulações apresentadas minutos antes e que, por alguns infortúnios, não haviam sido concretizadas em gol. Subiram como haviam feito ao ataque e criaram novas chances, mas novamente foram surpreendidos pelos avanços oponentes. Outra falha de marcação na hora dos alas fecharem a defesa proporcionou as condições para que Pilha recebesse na entrada da área e, de frente para o gol, repetisse a finalização de seu companheiro, tocando na saída de Adriano. 2 a 0.

A partir daí, os laranja e negro começaram a de dispersar em quadra e não conseguir concatenar suas tramas ofensivas sem comprometer a defesa. Mesmo a referência na frente perdera sua resistência e Carlão voltava para auxiliar na marcação, o que completou o temporário desmanche tático.

Orientado pelo goleiro de sua esquadra, Leonardo escolheu um dos seus companheiros para descansar por alguns minutos e tentar mudar a cara da partida. Mas, mal o ala/pivô deu a saída para tentar reverter a desvantagem e a equipe perdeu a posse de bola. As avenidas laterais eram um porto seguro para os adversários subirem e descerem a hora que quisessem. A marginal direita, inclusive, foi utilizado por Melo, dono de violento chute, que utilizou desse recurso para finalizar no canto direito do guarda-redes rival e ampliar o triunfo para 3 a 0.

A derrota para o IPM, especialmente, por aquele placar poderia significar a eliminação precoce do XI com Álcool na competição, de uma forma como nunca ocorrera antes. O pior nesse cenário era que, ainda que estivesse sendo goleada, ela não apresentava um desempenho que pudesse ser considerado totalmente insatisfatório, mas não conseguiu estruturar sua defesa a ponto de impedir as estocadas inimigas.

Como ressaltado, a sobriedade ainda não era artigo ausente no comportamento veterano e o único caminho encontrado foi voltar a atacar, agora com um cuidado maior com os contra-ataques. Subindo com dois a três homens como vinha fazendo, os ‘orange-noir’ começaram a vencer um obstáculo que lhe atormentava há temporadas, investir com jogadores abertos no campo ofensivo e fazê-lo com visão dos companheiros que se aproximavam.

Com esse plano de jogo, o quinteto que vinha perdendo a partida saiu em busca da reação. Em uma bola passada para a intermediária do ataque, Leonardo recebeu da direita e, sem pestanejar, finalizou de perna direita dali mesmo, no canto esquerdo de Felipe Michel, que não teve como chegar para tentar a defesa. 3 a 1.

Logo em seguida, o tempo técnico pedido pelos adversários, ressentidos fisicamente do intenso desgaste físico que a partida lhes exigia, demonstrou aos ‘orange-noir’ que o caminho era mesmo aquele. A confiança que carregavam desde o apito inicial começava a ser retribuída com a eficácia dos lances insistidos desde o primeiro minuto.

No retorno da pequena parada, a blitz onzimoalcooliana persistiu e, especialmente, pela ótima atuação de Carlão, um pivô na essência da função. Marcá-lo era uma missão extenuante e um oponente parecia não ser o suficiente para parar o ‘Gigante’. Abusando dessa vantagem comparativa, ele girava, desvencilhando-se do marcador, de um lado ou de outro. E se chegasse na bola antes do adversário não havia como tomar-lhe a frente.

A maneira que os Impróprios encontravam para obstruir o ímpeto rival foi, por vezes, cometer faltas e deter a velocidade impressionante com que se viam apertados. O histórico de cobranças de falta certeiras de Persa não parecia ser um temor suficiente para restringir tais ações. Talvez a longevidade da última vez em que o lendário jogador havia acertado um tiro de bola parada não causasse mesmo uma preocupação tão grande. Mas, indiferente a toda essa descrença, o ala se posicionou para a cobrança da entrada da área, com quase todo o quinteto adversário na linha do gol, e chutou. Chutou no único lugar entre a barreira e o defensor que protegia o canto esquerdo, para marcar o segundo tento e colocar fogo na disputa.

Daí em diante, no primeiro tempo, não houve outro que não os ‘orange-noir’ a terem a posse de bola e ‘agredirem’ o oponente em busca do empate. A impressão que os espectadores tinham é que, em hora alguma, eles perceberam terem tomado três gols na primeira metade da etapa inicial. Esse ‘doping’ psicológico somente contribuía para que se sucedessem ataques seguidos, sem o receio incessante de sofrer um revés.

As descidas pelos flancos que funcionaram bem no Apertura 2010 e um pouco no Clausura do mesmo ano, entre Lott e Leonardo, dessa vez surgiram com Persa ou Bruninho e Carlão. E num lance assim, Persa desceu até a linha de fundo e cruzou para o pivô no centro da área. O marcador do ‘Gigante’ passou lotado na jogada e, num aguardo à la Walter Montillo, ele esperou o momento exato de finalizar e pegou com perfeição na bola para colocá-lo no canto superior esquerdo das redes. Empate em 3 a 3, que marcou o fim do primeiro tempo.

Àquela altura, parecia que a aura que tomara conta da equipe nos minutos iniciais do segundo tempo da partida contra a Esquadrilha Abutre, uma semana antes, tivera lugar na mesma quadra.

O retorno para o segundo tempo contou com a formação que terminara os minutos finais da primeira metade, mas com um espírito diferente daquele período. O domínio da partida esteve com o XI com Álcool inteiramente nos primeiros minutos e, em profusão, começaram a surgir oportunidades. As tabelas entre Bruninho e Carlão passaram a ser uma alternativa para desestruturar a marcação rival, ainda que a cada momento o pivô passasse a ser acompanhado mais de perto por oponentes. Num desses momentos, Bruninho chegou à ponta esquerda e o Gigante não conseguiu acompanhar para receber o passe. Sem essa opção, Bruninho arriscou o chute, sem nenhum ângulo e nenhuma possibilidade de acertá-lo a gol. Quase sem possiblidade, porque, de uma foram ‘espírita’, a bola fez uma curva imponderável e acertou a trave direita, voltando para acertar as redes do outro lado. O imponderável acontecia e propiciava a virada no marcador. 4 a 3 XI com Álcool.

A magia conduzia as tramas dos hexacampeões, permitindo que nada pudesse detê-los. Com a vantagem no marcador, mudaram-se um pouco os nomes e as jogadas que brilhariam e fariam o espetáculo. Na retaguarda da equipe, Victor Hugo desempenhava em parceira com Persa uma marcação consistente e que bloqueava de forma quase sobrenatural os avanços da ‘Matilha’. Não foram poucas as investidas Impróprias, mas as retomadas de bola foram exitosas em todas elas. E elas levavam a contra-ataques perigosos e rápidos o suficiente para trazer dor de cabeça aos rivais. Carlão protegia as jogadas como nenhum outro, em perfeita forma física, é capaz de fazer no Csap e Leonardo abria em ambas as alas para receber os passes. Deu certo quando o morador de Divinópolis recebeu na esquerda e tocou para o ala/pivô do outro lado. Leonardo, sem ajeitar, só finalizou no canto esquerdo de Felipe Michel e ampliou a vantagem. 5 a 3.

Inacreditável a virada que se via na Quadra 2 da Tropical Academia, sair de 0 a 3 para 5 a 3. Para segurar o resultado seria necessário um esforço físico supremo, algo que começava a ser sentido, ainda mais com apenas um reserva para o revezamento. Disso, portanto, o IPM aproveitaria para buscar diminuir a desvantagem e tentar alcançar pelo menos o empate.

Não demorou, portanto, para que os erros cometidos no início da partida ocorressem, com a subida simultânea de três ‘nerancieri’ e a demora no retorno para a marcação. O autor do segundo gol, Pilha, mostrou a homogeneidade de sua equipe e executou um disparo como autor do terceiro, Melo. O chute forte, cruzado, ala esquerda passou entre a trave direita de Adriano e o próprio arqueiro antes de estufar as redes para fazer o 4º gol Impróprio.

O filme do domingo anterior passou nas cabeças de todos aqueles que estiveram uma semana antes e que vivenciaram a virada sofrida para os Abutres depois de estarem vencendo pelos mesmos 5 a 3. Cogitou-se trancar o time nos três minutos finais e manter a posse da bola para não serem atacados com grande risco, mas essa hipótese foi refutada para não trazer o adversário para o campo de defesa do XI.

Então, alternaram-se chances para as duas equipes, mas ocorreu, inclusive, a possibilidade de ampliar o marcador e afastar de vez o receio de sofrer o empate. E o tempo correu rápido, tão rápido que não demorou para soar o apito final e o XI com Álcool alcançar seus três primeiros pontos na vitória por 5 a 4.

O futebol-arte, título da postagem anterior sobre a derrota por 6 a 5 para a Esquadrilha, assentara pé na equipe, mesmo com mudanças de padrão tático e de peças. Pelo desempenho observado nas duas primeiras partidas, os torcedores podem esperar mais uma ótima apresentação daqui a duas semanas, domingo, 17 de abril, às 12 horas, contra o Black Jack. Como cada jogo é único, deve-se esperar para saber o resultado final, mas com as voltas de RC, Diego e Ramsés, o slogan mais ouvido daqui para a frente será “Bons ventos os trazem”.

Formações:

XI com Álcool: Adriano, Victor Hugo, Persa, Bruninho e Carlão. Entrou: Leonardo.
IPM: Felipe Michel, Pilha, Melo, Duba e Mauro. Entraram: Toninho e Rodolfo. Não entrou: Djanis.

Gols:
XI com Álcool: Leonardo (2), Persa, Carlão, Bruninho.
IPM: Duba, Pilha (2) e Melo.

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quarta-feira, março 30, 2011

Futebol-arte retorna em alto estilo, mas não evita derrota para Abutres

A estreia do Apertura 2011 foi marcada por uma alteração que surpreendeu aos presentes na Tropical Academia. Após a divulgação da tabela da primeira rodada pelo Diretório Acadêmico do Curso Superior de Administração Pública (DA/Csap) na última quarta-feira, algumas partidas tiveram seus horários mudados, dentre os quais os dois certames do Grupo B.

A primeira tabela previa o confronto de XI com Álcool x Black Jack às 10 horas e da Esquadrilha Abutre x XXVIduzir às 11 horas. A segunda marcava as mesmas partidas, mas em horários trocados.

A inversão de jogos quase acarreta um W.O. da equipe do XXVIduzir, que, inclusive, fora eliminada do Clausura 2010 por essa razão. No entanto, a organização do torneio, capitaneada por Lucas Sales, contornou a situação e, respaldado por representantes do Black Jack, sugeriu uma nova alteração. Como os calouros da chave somente chegariam para a partida de fundo do grupo, a ideia foi de que os ‘orange-noir’ enfrentassem a esquadra abutreana na primeira partida e os demais se encontrassem na outra partida, o que foi aquiescido por todas as agremiações presentes.

Acertado o novo horário, as equipes, duas das três mais veteranas da competição, postaram-se para mais uma épica partida. A décima vez que se encontravam em quadra em torneios da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro não alteraria a liderança de uma sobre a outra no ranking histórico. Até essa ocasião, o XI com Álcool (inclui XI de Setembro) havia vencido seis vezes e perdido outras três, marcando 54 gols e sofrendo 35.

Os veteranos da disputa foram à quadra com a mesma base que tem defendido suas cores nas últimas competições. Para a formação inicial, levaram para as quatro linhas o goleiro Renê, o fixo Reinaldo, os alas Ângelo e Gladimir e o pivô Thiago Alvim. No banco, tinham à disposição os alas Beto, única novidade, Serginho e Alexandre.

Do outro lado, os pentacampeões do Csapão também não apresentavam nada muito diferente do que vinham trazendo às partidas, com exceção da aguardada estreia do ala Thiago Cançado Diniz, o RC. O jogador, que superou as fortes cólicas renais que o afetaram durante a semana, apresentou-se para disputar o tempo que fosse possível, mas desde o início do prélio esteve no time. A base que entrou em quadra foi formada por Felipão, Adriano, Diego, RC e Carlão. Para as substituições, a equipe contou com Persa, Bruninho e Leonardo.

Com esses nomes, o duelo foi iniciado com um ritmo cadenciado, de mais toque de bola pelo XI, e mais lançamentos do goleiro Renê para seu pivô, pelos Abutres.

O estilo de mais bola no chão e troca de passes para chegar a uma opção mais clara de gols, característica de Espanha campeão do mundo em 2010 e da Argentina, de Sérgio Checho Batista, após a Copa do Mundo da África do Sul, teve lugar devido às características dos atletas que entraram em quadra, especialmente os alas Diego e RC.

O chuveirinho, imortalizada nos campeonatos ingleses das décadas de 1960, 1970 e 1980, era opção veterana dada ao ótimo posicionamento de Thiago Alvim, capaz de puxar um marcador, normalmente o fixo adversário, e, escorando nele, apoiar-se para as finalizações.

No início do certame, as primeiras chances de finalização apareceram do lado nerancieri, mas foram desviadas para escanteio por quatro oportunidades pelo arqueiro rival, todas elas rentes às traves.

Mas o domínio do XI não o impediu de sofrer da principal arma da mais tradicional equipe csapiana e, num lançamento de Renê, Thiago Alvim, da entrada da área, antecipou-se a RC e cabeceou, fuzilando Felipão. No lance, o estreante jogador orange-noir não tinha muitas opções para tentar impedir o lance, dada sua altura bem inferior a do pivô barbudo e, também, a inversão de posições dos marcadores.

O gol sofrido, no entanto, não provocou um desespero na equipe em desvantagem no marcador, mas levou-a a apostar em chutes de longa distância, mesmo da metade da quadra. E foram inúmeras as tentativas, muitas das quais sem nenhuma direção e sem comprometer ou preocupar a defesa oponente. Os tiros partiam principalmente do pivô Carlão, dono de um dos disparos mais potentes do campeonato e com capacidade de realizá-los de qualquer lugar. Após várias chances, o gigante recebeu passe na direita de seu campo de ataque e desferiu uma pancada cruzada que, antes de chegar a meta rival, desviou em um adversário e facilitou a vida do XI para chegar ao gol de empate.

Nesse momento, os orange-noir passaram a dominar o jogo e ter condições de ampliar o marcador. Além do potencial técnico, o número de reservas e a idade menos avançado do que os Abutres contribuía para que os calouros da vez imprimissem um ritmo um pouco mais forte.

A única preocupação estava com a defesa que, em alguns momentos, mostrava-se um pouco distante dos avançados do conjunto veterano. Em uma das oportunidades em que esse quadro transpareceu, três jogadores laranja e negro se embolaram para dominar ou tirar a bola da intermediária de seu campo de defesa e não conseguiram fazer nem uma coisa nem outra. Com isso, ela sobrou para o ex-companheiro deles, Ângelo Minardi, que não desperdiçou a sobra e chutou de fora da área para desempatar a partida. 2 a 1 Esquadrilha Abutre.

O segundo gol levado abalou os multicampeões que partiram ao ataque, mas descuidando-se sobremaneira do sistema defensivo. As subidas não eram acompanhadas pela postagem de um fixo à frente da área, mas com um atleta no comando de ataque e os demais distribuídos pelos lados do campo. Esse posicionamento, claramente uma ameaça para a maioria das equipes, trouxe, rapidamente, um dissabor ao XI com Álcool.

Em um chute do meio campo de Carlão, a bola estourou em um defensor abutreano na frente de sua área e voltou pouco atrás do local onde se originou o disparo. Ao tentar cortar a bola, Leonardo desviou-a sem intenção para a intermediária defensiva de sua equipe. Como não havia ninguém fechando a defesa e o arqueiro Felipão não conseguiu se adiantar para interceptar, os alvirrubros apenas tiveram o trabalho de tabelar na frente da área e arrematar para ampliar a vantagem. 3 a 1.

Os dois gols de diferença no marcador não representaram, contudo, um baque maior do que o sofrido minutos antes e apenas mostraram à equipe a importância de um melhor posicionamento para voltarem ao jogo. Cientes disso, os nerancieri começaram a girar a bola no campo de ataque, retomando o domínio da partida e tentando diminuir os erros de finalização cometidos pelos dois pivôs, Carlão e Leonardo, tanto nos períodos em que atuaram sozinhos no comando de ataque como quando o fizeram juntos.

A insistência frutificou em um lance no qual RC conduziu a número cinco pela direita, passou-a a Diego no meio e o habilidoso jogador esticou-a a Leonardo na esquerda. O camisa 14 contornou o gigante Reinaldo pelo lado esquerdo da quadra, avançou e, do lado esquerdo da área, finalizou entre as pernas do goleiro adversário para fazer o segundo de sua equipe. 3 a 2, placar que persistiu até o fim da primeira etapa.

Depois do diálogo no intervalo em que se observou o XI com Álcool estava consciente do caminho que os levaria ao empate e a uma possível vitória, o escrete retornou para tentar alcançar uma estreia exitosa depois de algum tempo.

Com a formação que já havia começado a primeira etapa, os orange-noir conseguiram um encaixe há muito não observado, com rápidas trocas de bola no ataque, envolvendo pelo menos três jogadores e jogadas plásticas e que levantaram a torcida.

O empate viria com uma tabela entre RC e Diego, que, parece, vão formar uma dupla para recuperar a história de craques ónzimoalcoolianos, como a vivida pelo hoje atecubanense Marcus Professor Eugênio e o próprio Diego. Esse último recebeu no lado esquerdo da área adversária e escorou para marcar o 3 a 3.

Nos lances seguintes, a esquadra atuou, como afirmaria, Carlão, como a seleção tricampeão do mundo em 1970. Num período de cinco minutos, lembraria RC, a bola rodou apenas nos pés desse quinteto e as tabelas foram sucessivas. O próximo desenlace dessas trocas bem sucedidas sobrou para o estreante jogador, do lado direito do ataque, dominar habilidosamente e finalizar no canto direito do gol adversário. 4 a 3.

O período mágico nerancieri prosseguiu e foi acompanhado de um dos lances mais belos nos últimos tempos de Csapão. Seguinte a mais uma troca de passes, Diego tentou dar um chapéu em um defensor à frente da área de ataque e não completou o arco. Com ela retornando novamente a seus pés, não se fez de rogado e experimentou mais uma vez. Concluído o lance, ainda finalizou e o rebote do goleiro sobrou para RC converteu seu segundo tento na manhã e ampliar a vantagem para 5 a 3. O desfavor no placar que era de dois gols se desfez e inverteu-se para um placar positivo na mesma quantidade.

As trocas de nomes na equipe não significaram nenhuma perda em posse de bola e o XI com Álcool continuou dominou e finalizando seguidamente. A hora de matar o jogo era fundamental e serviria para não dar chances ao rival de almejar quaisquer esperanças. No entanto, as finalizações terminaram sempre rentes às traves, mesmo em situações em que o passe aos companheiros de ataque poderiam ser mais eficazes.

O preço por esse preciosismo poderia ser depositado na conta do time em vantagem, embora não soubessem como isso poderia ocorrer, dada a posse de bola quase barcelonista que mantinham. A única possibilidade seria o adversário aproveitar as jogadas de bola parada e contar com descuidos da marcação ónzimoalcooliana.

Pois isso se deu nos minutos seguintes, em cobranças de escanteio. A primeira frustração resultou de um tiro esquinado do lado esquerdo de sua defesa, em que Gladimir, o craque dos cabelos grisalhos, antecipou-se a Adriano e chutou cruzado para diminuir a desvantagem.

Após esse gol, o XI com Álcool tentou não esmorecer e, pelo menos, manter o resultado. Mas, nem a qualidade técnica na saída de bola, outra das características que não se via tão bem realizada na equipe há muito tempo, foi suficiente para manter essa preponderância em campo.

Em outro escanteio, do mesmo lado da quadra, os abutreanos cobraram e a bola sobrou para Ângelo Minardi, novamente se antecipar à zaga e carimbar para as redes e empatar a partida em 5 a 5.

Faltavam, então, trinta segundos para o fim do cotejo, mas as emoções ainda não estavam esgotadas. Se, por um lado, o XI não queria levar consigo um empate com sabor de derrota, por outro, a Esquadrilha passou a acreditar que a virada não era um sonho impossível. E, nesse período, aconteceram pelo menos três ataques para cada lado.

Os pentacampeões tiveram sua melhor chance em chute cruzado de Leonardo que Renê conseguiu pegar pelo ‘rabo da bola’. Os Abutres conquistaram mais um lance de bola parada, em uma falta no lado esquerdo de seu ataque. Gladimir partiu para a cobrança contra uma barreira formada por três adversários. O chute sobrou do lado direito, ainda no ataque, mas a barreira se desfez inadequadamente e desmontou a marcação nerancieri. Com isso, Ângelo se desmarcou e disparou cruzado para fazer o 6 a 5 e fechar o caixão.

Para os próprios atletas dos multicampeões, a derrota do XI com Álcool parece ter sido justa, uma vez que não foram apontados erros da arbitragem, mas não merecida em razão do espetacular futebol apresentado durante alguns minutos. Trouxe à tona, entretanto, a discussão sobre as trocas realizadas durante o jogo e a capacidade de jogar com muitos jogadores leves ao mesmo tempo.

Durante a semana, a estratégia deverá ser rediscutida por e-mail e, se possível, em amistoso a ser realizado no novo Quartel General da equipe, as Quadras da Vilarinho. O próximo adversário dependerá da tabela a ser divulgada pelo DA CSAP nos dias vindouros até domingo que vem.

Formações:

XI com Álcool: Felipão, Adriano, Diego, RC e Carlão. Entraram: Persa, Bruninho e Leonardo.
Esquadrilha Abutre: Renê, Reinaldo, Gladimir, Ângelo e Thiago Alvim. Entraram: Alexandre, Beto e Serginho.

Gols:
XI com Álcool: Carlão, Leonardo, Diego e RC (2).
Esquadrilha Abutre: Thiago Alvim, Alexandre, Ângelo (3), Gladimir.