domingo, outubro 25, 2009

O amanhã nunca morre

A Estação Quartas-de-Final recebeu passageiros ilustres rumo ao próximo destino, ao qual apenas um deles chegaria no dia 08 de novembro. O Salmão Endiabrado e os Orange-Noir disputavam o único bilhete que levaria ao encontro ou do Tricolor Mouro ou do Esquadrão Papal, mas não só isso. Os dois também buscavam assegurar a manutenção ou a quebra de um tabu que começara a ser construído no início de 2008.

A partida, marcada para as 11 horas, marcou o terceiro encontro entre o XoXota e o AtecubanosTM11. Os dois anteriores haviam sido vencidos pelos calouros do XX Csap por 5 a 4 (Apertura 2008) e 11 a 2 (Apertura 2009).

Para o duelo eliminatório, ambos não contavam com apenas um jogador. O peso-pesado Gustavo Chan Medeiros, pelo lado csapiano, e o arqueiro Felipão, pelo lado dos egressos, não puderam contribuir com suas equipes devido à viagem do primeiro e à suspensão do segundo pelo recebimento de dois amarelos ao final da 1ª fase.

As ausências, no entanto, foram supridas com o comparecimento de nomes que não estiveram presentes em outras rodadas, mas, convocados para o duelo de vida ou morte, não hesitaram em dedicar suas manhãs de domingo pré-feriado do servidor público estadual à partida.

Os orange-noir, com reservas em número suficiente para todas as posições com exceção do goleiro Hugo, se armaram para repetir o esquema tático de marcação meio-quadra dos encontros com o IPM e com os XXiitas. Para isso, além do citado guarda-metas, escalaram o fixo Adriano, os alas Diego Vettori e Leonardo e o pivô Ângelo para começar o prélio. As opções, na casamata, eram o fixo Felipe Rocha, os alas Marcus Professor Eugênio e Carlão, além do pivô Marão.

E assim os veteranos partiram para o duelo de titãs. Os primeiros minutos se caracterizaram pelo encaixe do esquema atecubanense-ónzimo frente à intensa movimentação e troca de bolas XoXoteiras. Comandados pelo habilidoso Steavy, por quem passavam todas as bolas, os calouros tentavam construir suas jogadas a todo instante.

Do outro lado, uma eficaz jogada era utilizada com frequência, os lançamentos das mãos de  Hugo em direção a Ângelo empurravam o time à área adversária e aumentavam as chances da abertura do placar. E o lance não demorou a ser concretizado, com a matada no ar do pivô laranja e negro e a finalização, de primeira, antes de deixar a bola cair no chão. Galvão não teve chances de evitar o 1 a 0 dos bicampeões.

O fim do oxo no placar, como diria o saudoso cronista esportivo Mário Marques, não mudou muito a cara do jogo. Os ataques entre ambos se alternavam e a preocupação das duas esquadras crescia pela ineficácia nas conclusões a gol, o que poderia provocar a ampliação do marcador ou o empate a qualquer momento.

E, depois de muito vai-e-vem, num chute do arqueiro do Salmão Endiabrado que não alcançou a área ónzima, o ala Carlão ultrapassou o meio-campo e finalizou da intermediária para ampliar a vantagem. 2 a 0.

Mas os dois gols de frente não demoraram nem um minuto para desaparecer. Após ataque do XoXota, o AtecubanosTM11 realizou uma saída de bola perigosa e Diego, que depois alegaria ter tido seu pé de apoio deslocado, permitiu o domínio por seu xará adversário e o chute indefensável. A bola passou entre Hugo e a trave direita e trouxe, além do gol, um sobressalto a eles. Entretanto, até o final da primeira etapa não houve muito além disso. 2 a 1.

A tradicional conversa dos intervalos serviria para os veteranos atletas recomporem sua condição física, a melhor das últimas quatro edições do Csapão, e também para reforçar a necessidade da marcação acertada e que reduziu substancialmente os gols sofridos. Nas três partidas em que atuaram no esquema mais aberto, eles sofreram 19 gols, ou seja, média de 6,33 por partida. Nas duas seguintes foram 5 gols, o que quer dizer 2,25 por cotejo.

O retorno para os últimos vinte minutos prometia ser mais intenso do que os iniciais, afinal mata-mata é uma expressão suficiente para todos os envolvidos entenderem que não haveria uma segunda oportunidade. E o XoXota entendeu a mensagem com muito mais celeridade e demonstrou isso ao dar a saída de bola. O ala Diogo recebeu-a e se encaminhou para a lateral direita da quadra. Leonardo foi à sua caça, mas deixou espaço suficiente para o disparo do jovem. O camisa 14 provavelmente não acreditou que aquela finalização poderia provocar estragos, seja por não confiar na precisão do adversário ou por confiar em demasia no seu arqueiro. Seja por qualquer dos motivos, o empate aconteceu com a número cinco tomando lugar exatamente onde a coruja dorme. O chute no ângulo direito do gol atecubanense-ónzimo mostrou que, mais do que nunca, não havia nem sombra de definição no placar.

As trocas no AtecubanosTM11 eram promovidas continuamente a fim de impossibilitar o cansaço de quem quer que fosse e trazer à quadra quem estivesse com mais fôlego para atacar impetuosamente e defender da mesma maneira. O futebol apresentado pela formação, junta há três anos e meio, parecia estar na rota ascendente, com a demonstração da capacidade de recomposição e contra-ataque desde muitas edições não apresentada.

A comprovação da evolução veio mais uma vez com outro chute da intermediária, agora dos pés de Diego Vettori, o maestro da equipe desde as ausências do Professor ou em suas presenças mais escassas. Lançando mão de uma arma vista ainda na 1ª fase do Clausura 2009, o ala desempatou a partida e marcou o 3 a 2.

Com menos de dez minutos para o fim do certame, cabia aos orange-noir sustentar a posse da bola e partir para a definição do marcador. Mas o ditado que diz que a principal força de um homem traz consigo sua principal fraqueza fez-se sentir no AtecubanosTM11. Como ressaltado, as melhores atuações da equipe aconteceram ao implantar o sistema de marcação meia-quadra e o débâcle somente poderia vir com o seu abandono.

Em cobrança de falta, com três jogadores com características altamente ofensivas em quadra, Carlão, Leonardo e Ângelo, o escrete não soube posicioná-los adequadamente e o pior lhes aconteceu. No lance, Carlão estava junto ao seu marcado, mas Leonardo e Ângelo não se entenderam. Embora naquele momento o TGV fosse o pivô, ele estava mais recuado para realizar a marcação. Quando viu Diogo desmarcado apontou para Leonardo marcá-lo, pois não daria tempo de chegar no adversário. Leonardo, como estava marcando outro atleta também não poderia abandoná-lo, e aguardou a chegada de Ângelo. Com essa indecisão, o representante do Salmão Endiabrado teve tempo de receber a bola atravessada em seu campo de ataque e chutar para marcar o gol de empate. 3 a 3.

A situação fazia os orange-noir se recordarem da partida de uma semana antes, quando conseguiram fazer o quinto e decisivo tento que lhes garantiu a vitória sobre o Tricolor Mouro. A esperança em uma arremetida semelhante estava presente em todos os corações da Falange Neranciera, representada pela esposa de Ângelo e pelo afilhado do TGV, Luigi, além do procurador do Professor, seu irmão Hugo Gonçalves, de Guilherme Boina Orair e da Senhora De Abreu, companheiro do arqueiro ónzimo.

Mas a falha de marcação voltou a se repetir e o XoXota começou a trabalhar os ataques com Diogo fazendo a função de pivô. Em uma jogada escorada por ele, um companheiro chegou da intermediária e pegou um chute super mascado. Mas a bola seguiu seu itinerário nessa toada e matou o arqueiro atecubanense-ónzimo. Virada caloura. 4 a 3, faltando 2 minutos.

E esses minutos somente permitiram mais uma ataque efetivo dos orange-noir que não resultou em gol e anunciaram a terceira queda da equipe em quartas-de-final nas últimas quatro participações.

Os mesmos dois minutos que nunca foram transcorridos, dada a inépcia e estapafurdice do árbitro que não cumpriu com seu dever de cronometrar adequadamente a partida. O mesmo a quem o Blog do XI com Álcool se reserva o direito de obrigar a consulta a um dicionário para descobrir o significado dos dois termos mencionados na frase acima, em virtude da sapiência sobre as limitações cognitivas do referido apitador.

Questionado pelo capitão atecubanense-ónzimo sobre a antecipação do fim do jogo em, pelo menos, dois minutos, mais outros tantos em razão da parada para recuperar uma bola que havia ficado presa em um dos ferros de sustentação do alambrado, o personagem em questão demonstrou todo seu equilíbrio emocional ao insultar o representante do time derrotado. Com a réplica de Persa, o árbitro o ameaçou e o chamou para a disputa corporal.

A contenda se encaminhava para as vias de fato quando a 'autoridade' saiu de quadra e, na iminência de se ver derrocada pelo oponente que acabara de fazer, passou a mão em uma garrafa de cerveja e insinuou sua utilização para desferir um golpe no atleta. Nesse ínterim, o Boina percebeu que o recipiente estava cheio do líquido de celebração e tomou-lhe da mão do futuro agressor. Simultaneamente, o capitão era contido por seus companheiros para impedir que seu acesso de fúria levasse à eliminação do ameçador homem do outro lado do alambrado.

Isso significou o fim da partida e a mensagem para a organização do campeonato acerca da necessidade de mesários com cronômetro para os jogos seguintes. Da mesma forma, o fim do prélio significou a descida do AtecubanosTM11 em uma parada intermediária e a necessidade de retomar o trem da história no próximo semestre. Afinal, o Agente 007, James Bond, vivido pelo irlandês Pierce Brendan Brosnan atesta que o 'Amanhã nunca morre'.

AtecubanosTM11: Hugo, Adriano, Diego Vettori, Leonardo e Ângelo. Entraram: Felipe Rocha, Marcus Professor Eugênio, Carlão e Marão.
Gols: Ângelo, Carlão e Diego Vettori.

domingo, outubro 18, 2009

Cruzadas do Século XXI na Tropical Academia

O início do horário brasileiro de verão trouxe ao AtecubanosTM11 e aos XXiitas um compromisso sacrificante neste domingo. As duas esquadras csapianas teriam pela frente um confronto entre ambos a partir das 9 horas da manhã (8 horas no relógio biológico) e, para isso, necessitariam convocar seus atletas a saírem mais cedo de suas camas para irem à Tropical Academia disputar a última partida da 1ª fase.

Os indícios mostram que nem mesmo os responsáveis pela administração do complexo esportivo estavam preparados para o primeiro dia após o adiantamento dos relógios em uma hora. A cena que ilustra isso conta com o árbitro Sérgio e o goleiro/fixo atecubanense-ónzimo Samir Moysés aguardando a abertura dos portões, o que somente aconteceu cinco minutos antes do horário previsto para o começo da partida.

E, de forma similar ao embate de duas semanas antes entre os orange-noir e a Matilha Prateada, os protagonistas do encontro de hoje foram chegando em cima hora, mas o fizeram em número significativo. Os mouros estavam presentes com nove atletas e os bicampeões csapianos levaram à quadra seis nomes, mais o sétimo elemento, Adriano Agrião Otávio que chegou quando a segunda metade era incipiente.

Sem a concorrência de outra partida no horário da abertura da rodada, em função da não-realização de Galáticos e XXIVas e o cômputo de vitória para os veteranos por 1 a 0, o duelo que faz a Terra tremer (XI com Álcool e XXiitas fazem a Terra tremer neste domingo e Investida dos XXiitas arrasa território ónzimo) atraiu a atenção daqueles que aguardavam seus horários subsequentes de entrarem em quadra.

A expectativa de espetáculo em um duelo acirrado foi confirmada pelo bom futebol que apresentariam no reencontro após a vitória moura por 13 a 7 no Apertura 2009. O princípio do cotejo teve como característica preponderante a cautela ao atacar dos dois lados, embora houvesse diferenças visíveis nos jogos de ambos. Os XXiitas se empenhavam na troca de bolas de um lado para o outro, tanto no campo de defesa como no ataque. O AtecubanosTM11 buscava manter a bola no ataque, utilizando prioritariamente o trabalho de seu pivô, Ângelo, e subindo com seus alas, Carlão e Leonardo, para tentar a tabela e a conclusão a gol.

Mas quem saiu à frente do marcador foi o Tricolor Mouro ao executar uma jogada especialidade de seus adversários. Após receber lançamento que partiu do campo de defesa de seu time, Bruninho dominou de costas na área adversário e virou para vencer o arqueiro Felipão. 1 a 0.

Sem demonstrar ansiedade, os orange-noir retomaram o ritmo que vinham imprimindo antes de sofrer o gol. E as jogadas executadas desde o início da partida continuaram fazendo parte do repertório dos veteranos. Em uma dessas incursões às fronteiras mouras, Leonardo estabeleceu a primeira base das Cruzadas do Século XXI. O ala/pivô recebeu bola na frente da área e finalizou no meio do gol sem chances de defesa para João Victor, o Jãozinho. 1 a 1.

O empate trouxe o domínio do jogo para os pés do AtecubanosTM11 e eles continuaram 'agredindo' os representantes da comunidade árabe na Europa do século XI. O esforço não seria em vão, porque não demorou para que o mesmo Leonardo recebesse passe da direita para o mesmo meio da área do gol anterior e chutasse no canto esquerdo do goleiro adversário com precisão para virar o jogo em 2 a 1.

Os nerancieros repetiam o bom primeiro tempo realizado contra o IPM e, àquela altura, ratificavam os sinais de o esquema tático e os fundamentos técnicos da equipe estavam encontrando, finalmente, a sintonia desejada. A torcida poderia, então, acompanhar um desempenho capaz de satisfazer a ida à quadra em horários tão convidativos a outras atividades.

No entanto, as coisas começaram a tomar um rumo diferente com a saída inadequada do goleiro Felipão com a mão fora da área e a advertência recebida com cartão amarelo. Para ele, significava o segundo em duas atuações na 1ª fase e, segundo uma das interpretações do regulamento, isso levava à suspensão automática para a fase seguinte. Alguns, por outro lado, argumentam que somente o cartão vermelho o privaria de disputar as quartas-de-final e os cartões amarelos recebidos até o momento seria descartados, seguindo o mesmo procedimento que é utiizado entre o último jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo Fifa e sua fase final.

O lance da falta não proporcionou o gol ao XXiitas, como também não teve lugar nas duas cobranças seguintes de infrações cometidas pelos veteranos. Mas, a reposição de jogo em arremesso manual, do lado esquerdo da defesa atecubanense-ónzima, lance em que o ala/pivô Leonardo tinha a atenção voltada ao árbitro em questionamento se se tratava de lateral ou falta, resultou no empate do habilidoso Rafael. O camisa 10 tricolor fez uso de sua perna esquerda para chutar no canto direito de Felipão, em mais um lance de agilidade do artilheiro. 2 a 2.

Esse pode ser considerado o momento de maior instabilidade dos bicampeões e o exemplo disso foi a tentativa do TGV Ângelo em resolver com um chute do meio da quadra na reposição, em que pese sua exímia capacidade de converter de longas distâncias.

A habilidade do 10 adversário era demontrada a todo momento, com várias tentativas, muitas delas eficazes, de dribles curtos e desconcertantes, embora em alguns lances ele se empolgasse demais ao buscar chapelar em seu campo de defesa e colocar seus companheiros em risco de levar o gol. Mas ele foi capaz de partir para cima, ainda do meio-campo, dividir com o hoje ala Carlão, ficar com o rebote, cortar para o meio, driblar Felipão e, em novo corte para a esquerda, tocar na saída do guarda-metas do AtecubanosTM11. 3 a 2.

Depois desse revés os orange-noir criaram inúmeras oportunidades de empatar o duelo, mas em alguns momentos faltou um último toque ao invés de finalizar rapidamente o lance. Logo, o placar se manteve até o intervalo.

A tranquilidade tomava conta da equipe, embora fosse o primeiro jogo no campeonato que  iam em desvantagem no placar na virada para o segundo tempo. A diferença para torneios anteriores é que, na atual edição, os atecubanense-ónzimos estavam em condições de reverter a desvantagem  na etapa derradeira.

E, com esse espírito, a equipe retornou para o segundo tempo. Não havia mais a ansiedade que os afetara nas derrotas para o MaXIXe, por 8 a 7, na estreia, nem contra os Abutres, por 7 a 5, na 3ª rodada. Em ambas o resultado, ao final do primeiro tempo, marcava 4 a 4.

A mesma equipe que iniciara o jogo, com o ala Diego fazendo a função de fixo, Carlão e Leonardo nas alas e Ângelo no pivô, voltou para tentar dar uma volta no placar. As características e o preparo físico dos quatro permitia constantes trocas de posição sem comprometer seriamente o esquema tático. A marcação por meia-quadra permaneceu pelo segundo jogo consecutivo como lema para a esquadra.

Em cobrança de lateral, mais ou menos no mesmo lugar em que se iniciou a jogada do segundo gol sofrido, os nerancieros começaram a mudar a cara do certame. Ângelo tocou para Leonardo e recebeu de volta para desferir seu contumaz chute cruzado, no canto esquerdo de Joãozinho, para empatar a partida. 3 a 3.

Sinônimo de disputa aberta, ainda que a vitória não representasse muita coisa na tabela de classificação para ambos. Os XXiitas somavam, ao final da 4ª rodada, 12 pontos e o AtecubanosTM11 6 pontos e saldo positivo de +10 contra -3 do quinto colocado.

A garra que tem sido vista ao atacar e defender pelo lado orange-noir não passou despercebida mais uma vez e uma das tônicas do jogo, desse lado, foram os contra-ataque, iniciados ora desde sua área ora em roubadas do bola no meio-campo e subida com o tridente em V. Essa arma, contudo, não foi a responsável pela virada dos tradicionais desafiadores de quadras csapinas. O lançamento de Felipão para Leonardo, momentaneamente atuando de pivô, não teve um desfecho rápido como ocorre com os implacáveis Ângelo e Carlão. De costas, o camisa 14 dominou parcialmente e ajeitou para a direita. Na virada, livrou-se do fixo que o marcava e após um toque chutou cruzado, por baixo das pernas do arqueiro adversário, para marcar seu terceiro no dia. 4 a 3.

Um jogo lá e cá, em que nenhum dos combatentes queria dar chance para o adversário se distanciar no marcador. Por isso, o Tricolor Mouro logo partiu ao ataque, capitaneada pelo astro Rafael, artilheiro do Apertura 2009 com 27 tentos. E ele chegou ao seu décimo quarto no Clausura ao rumar do lado esquerdo do ataque para o meio e chutar forte no meio do gol. Nada a fazer, somente observar o 4 a 4.

Quando alguém poderia comentar que o placar era líquido e certo e que ninguém mais almejava algo além disso, os orange-noir recarregaram suas baterias. O lema de atacar é preciso, ganhar também é preciso, passou a nortear a atuação dos jogadores de laranja e negro. O craque Diego, em lance de investida pela intermediária esquerda, viu a chance de por números finais ao prélio e em preciso chute cruzado, no canto esquerdo de Joãozinho, mandou novo desempate. 5 a 4.

Os calouros não poderiam perder sua invencibilidade na última rodada da 1ª fase. E voltaram a partir para cima, mas agora tinham pela frente o peso-pesado Samir Moysés e sua determinação de não deixar passar nada. Para isso, ele entrou faltando três minutos no lugar de Carlão e mostrou para que havia comparecido. Nesse período, Samir rechaçou três ataques XXiitas, um deles com falta, e reforçou em parceria com Agrião o sistema defensivo de seu escrete. O sufoco do final de jogo, visto duas semanas antes se repetiu mais intensamente, porém a recompensa mais uma vez teve lugar. Final de encontro: AtecubanosTM11 5 x 4 XXiitas.

O resultado assegurou o terceiro lugar da Chave para os veteranos com 9 pontos e 1 de saldo, após a eliminação do João XXIII pelo não comparecimento para o encontro com o MaXIXe na hora seguinte. Os XXiitas terminaram em primeiro com 12, os alviverdes em segundo com 10 e a última vaga à fase seguinte ficou nas mãos da Esquadrilha Abutre ao empatar em 2 a 2 com o IPM, eliminando a Matilha Prateada.

No próximo domingo, às 10 horas, está marcada a decisão de quartas-de-final entre XoXota e AtecubanosTM11. O time segundo colocado da Chave B tentará repetir seus sucessos anteriores (5 a 4 - Apertura 2008 e 11 a 2 - Apertura 2009) para alcançar mais uma vez as semi-finais. Do outro lado, a ascensão orange-noir, com as voltas de Persa e, provavelmente, de Édson Silveira e do Professor, poderá acabar com mais um tabu.

AtecubanosTM11: Felipão, Diego, Carlão, Leonardo e Ângelo. Entraram: Adriano e Samir.
Gols: 
AtecubanosTM11: Leonardo(3), Ângelo e Diego.
XXiitas: Bruninho e Rafael (3).

domingo, outubro 04, 2009

04 de outubro: O dia em que eles retornaram

O inacreditável, o impressionante, o sobrenatural: histórias que os gramados não contam. O título dessa seção da Placar mostra o que aconteceu às 11 horas do domingo, 04 de outubro de 2009, na Tropical Academia, palco da atual edição do Clausura. A atração principal na Quadra 01 marcava o encontro do Impróprios para Menores (IPM) com o AtecubanosTM11 em um jogo considerado de seis pontos por ambos.

A Matilha Prateada começou a elevar o clima de mistério nos torcedores ao não apresentar, com antecedência, sua equipe completa. Minutos antes do início do certame, ela contava com apenas cinco atletas, o mínimo necessário para dar início aos quarenta minutos de bola rolando. Mais surpreendente ainda era a ausência de nomes de peso, como Melo e Djanis, alguns dos atletas que, segundo a própria dirigência da equipe, estariam chegando mais tarde devido à noite um pouco mais prolongada na capital das alterosas.

Os orange-noir também não pareciam tão preparados para um jogo que poderia representar, praticamente, a 'pá-de-cal' em suas esperanças de disputar novamente as quartas-de-final. A última presença deles nessa fase aconteceu no Clausura 2008, quando foram eliminados pelos atuais bicampeões do Bento XVI.

O pivô Leonardo relatou, ao final da partida, as dificuldades enfrentadas para verificar se haveria quórum para entrar em quadra. Em sua viagem pelo 4111, ele afirma ter recebido respostas de seis atletas de que estariam em Oliveira e Divinópolis, municípios do Centro-Oeste mineiro, por terem acompanhado, na última noite, o Concurso Miss Minas Gerais na cidade-sede do Guarani. Nessa data, uma representante do XII Csap, Letícia Torres, namorada do pivô Camillo Fraga, representou a Grande BH na eleição da mais bela mulher do Estado.

Com isso, o AtecubanosTM11 teria que contar nos dedos para ter a certeza de que contavam com número suficiente para não serem eliminados da competição. E a surpresa que permitiu à aritmética não ser desprezada foi a presença do veterano, mas ausente no primeiro semestre, Ângelo Minardi, após um ano na capital francesa na Academia. A presença do TGV orange-noir, assim conhecido pelo impacto que provoca por onde passa, somada à do arqueiro Hugo de Abreu, do fixo Adriano, do fixo/ala Édson Silveira e do mesmo Leonardo deu condições de jogo à equipe.

O retrospecto do XI com Álcool, predecessor do AtecubanosTM11, como informado na matéria Que rufem os tambores, não trazia grande perspectiva aos egressos, afinal antes do confronto de hoje haviam vencido uma partida e perdido outras três. E não era somente isso, pois o IPM, embora em campanha mais modesta neste Clausura, fora vice-campeão do Apertura 2009.

Quando a bola enfim rolou, pode-se perceber que se estava diante de um clássico dos maiores do Csap, daqueles em que o público não tem um minuto para se distrair e jogar conversa fora com o vizinho ao lado. Numa intensidade há muito não vista do lado veterano e que se sustentava taticamente na marcação meia-quadra. Mas não só nela, como também na inovação implementada com o adiantamento de Ângelo para exercer a função de pivô e Édson atuar como ala, além do recuo de Leonardo para se movimentar também como ala. Uma 'revolução' tática em mais um time laranja, assim como era a Seleção Holandesa de Rinus Michels.

A alteração, ao que se viu em quadra, surtiu efeito desde os primeiros minutos com os contra-ataques iniciados em defesas de Hugo para a movimentação da referência de ataque, o pivô. Ângelo, que chegou ontem do Velho Continente, numa dessas suas investidas, recebeu passe de Édson pelo lado esquerdo e desferiu chute cruzado para abrir o placar. 1 a 0.

A vantagem no marcador foi fruto do volume de jogo apresentado, com maior impetuosidade do que os rivais, mas não sem sofrer constantes contra-golpes impróprios. Os adversários pareciam máquinas de finalizações, tantos foram os chutes tentados contra o gol atecubanense-ónzimo sem, na maior parte das vezes, exigir a atuação do goleiro Hugo. Goleiro que, com sua experiência de handebol, não comprometeu em nenhum momento sua meta.

A segurança proporcionada pelo sistema defensivo dos veteranos deu condições suficientes para eles retomarem sua busca por um placar mais favorável. Assim, Ângelo avançou e, depois de acertar a trave direita do IPM minutos antes, chutou a gol "com a ignorância que lhe é peculiar" (PERSICHINI, 2007). O arqueiro impróprio ainda defendeu, mas no rebote Leonardo completou por baixo dos braços dele para fazer 2 a 0.

A "tranquilidade" alcançada decorrido esse tempo não ocorria com o AtecubanosTM11 (incluindo XI com Álcool) desde muito tempo em jogos decisivos. O jogo começava a ficar nas mãos dos bicampeões, que faziam uma excepcional apresentação, especialmente do ponto-de-vista tático.

Os Impróprios tentaram mudar a cara do jogo com as entradas do poderoso goleador Djanis (53 gols marcados nos últimos quatro torneios, contando o Clausura 2009) e Mauro, um tanque compatível ao pivô veterano. A estratégia, no entanto, continuava a mesma, chutar de onde fosse possível.

A manhã, contudo, era laranja e os contra-ataques nerancieros mortais. Mais uma vez pela esquerda, os veteranos começaram seu ataque e a bola sobrou para Leonardo na direita. Ele, de lado para a marcação, voltou um pouco a bola, ajeitou com a esquerda e emendou reto e ágil para o gol. O goleiro, que não esperava o chute em seu lado direito, ainda tentou voltar mas nada pode fazer para impedir o terceiro gol. 3 a 0.

E veio o intervalo e a palestra do capitão, sempre em exercício, Persa. Não faltaram orientações para que se mantivesse a mesma postura tática e se focalizasse que aquela vantagem não era garantia de vitória. A partida anterior entre João XXIII e Esquadrilha Abutre apresentara um lição nesse sentido. Os auribrancos venciam por 4 a 2 faltando um minuto para o fim da partida, mas sofreram três tentos e saíram derrotados pela quarta vez na primeira fase.

O Professor, mesmo tendo anunciado seu afastamento das quadras cspianas até o fim do ano, apareceu para reforçar sua tradicional equipe, forçado pela expulsão de Pedro Mou e a contusão de Édson. O representante pradense foi expulso por estar ingerindo bebida alcoólica em quadra, no intervalo. Sobre Mou, Persa disse em sua última edição dos Pergaminhos Persianos

" (...) Pedro (expulso por entrar em quadra com um copo de cerveja, digo, de um líquido de cor amarela, aparentemente cerveja, na mão. Os advogados já preparam defesa baseada na tese de que não houve teste do bafômetro e que o líquido de cor amarela poderia ser qualquer substância, de origem ainda não comprovada. Ao final das análises, constatou-se que se tratava de cerveja sem álcool, o que poderia gerar infração gravíssima interna (ausência de álcool em ingestão de líquido, art. 171, parágrafo único) e não punição por parte da arbitragem. Vamos recorrer.(...)" (PERSICHINI, 2009)


Ressalte-se ainda que o árbitro se dirigiu à Felipe Michel, goleiro do IPM inativo no Clausura 2009 e também organizador do torneio, informando que a conduta do jovem atleta poderia custar ao apitador o escudo da federação que carregava em seu uniforme. Não podendo admitir tal comportamento, excluiu o fixo atecubanense-ónzimo da partida.


A saída de Édson se deveu a dores sentidas no tornozelo esquerdo após dividida em sua própria área.

A volta para a segunda etapa trouxe o mesmo espírito da metade inicial e a persistência da tática executada nos primeiros vinte minutos. A diferença é que, a partir de então, passaram a enfrentar o goleiro-linha, Djanis. A necessidade de converter pelo menos três gols para arrancar um ponto na partida não poderia ser concretizada de forma mais ofensiva.

O bombardeio continuou por toda o segundo tempo e foi sendo rechaçado de todas as formas, em uma partida praticamente perfeita da defesa. Da mesma forma, as arrancadas orange-noir representavam muito perigo para os impróprios e somente não iam sendo definidas em gols graças à atuação exaustiva de Djanis e, em alguns momentos, à trave.

O esforço prateado, no entanto, não foi em vão e, faltando três minutos para o fim do jogo, o placar foi descontado para 3 a 1. E esse gol revigorou os ânimos dos calouros, que partiram em busca dos outros gols que lhe garantiriam mais pontos no Grupo A.

Um minuto e meio depois, o Professor, que já havia recebido o cartão amarelo no fim do primeiro tempo, recebeu o vermelho por falta mais forte em Pilha próximo à linha de fundo.

Nesse período, Adriano, Leonardo e Ângelo tiveram, juntamente com Hugo, que se desdobrar para segurar o placar e dispender suas últimas forças contra o ímpeto adversário. E souberam fazê-lo com precisão, mantendo a bola o máximo possível em seu campo de ataque e afastando-a de sua meta sempre que necessário. Final de jogo. 3 a 1.

A fantástica vitória, virtualmente, classifica a equipe para a fase seguinte. Apenas derrota por elevado número de gols para os XXiitas às 9 horas do dia 17 (daqui a dois domingos) e vitória por elevado número de gols dos Abutres sobre o IPM retiram a vaga da equipe que hoje possui saldo de doze gols a mais do que a mais antiga equipe do Csap.

Os aspectos negativos para a próxima rodada são as suspensões do Professor e de Mou e a contusão sofrida por Persa, possivelmente um estiramento na coxa direita. Além disso, outros jogadores com cartão amarelo poderão ser poupados para as possíveis quartas-de-final.

AtecubanosTM11: Hugo, Adriano, Édson, Leonardo e Ângelo. Entraram: Pedro, Persa e Professor.
Gols: Ângelo e Leonardo (2)

REFERÊNCIAS:

PERSICHINI, Gustavo. Não foi fácil, mas vencemos o IPM - 3 x 1. Lista de discussão onzecomalcool@yahoogrupos.com.br. 04/10/2009.


quinta-feira, outubro 01, 2009

Que rufem os tambores

Depois da definição da Comissão Executiva do Csapão Clausura 2009, divulgada após a apuração dos votos dos capitães das equipes participantes do campeonato, de que os XXIVas estão eliminados, as demais equipes começam a se preparar para a 4ª rodada. Agendada para o dia 04 de outubro, próximo domingo, ela contará com três jogos do Grupo A e outros dois do Grupo B, considerando que o duelo entre os mais jovens calouros da EG/FJP e os vice-líderes 171 já aparece na tabela como vitória por 1 a 0 dos bucaneiros.

Confira os jogos a seguir:

Grupo A

09:00 - MaXiXe x XXiitas
10:00 - Esquadrilha Abutre x João XXIII
11:00 - IPM x AtecubanosTM11

Grupo B

10:00 - Deztemidos x Galáticos
11:00 - Bento XVI x XoXota

A situação do Grupo A se encaminha para uma classificação tranquila para os líderes XXiitas, atualmente com 9 pontos, e para os vice-líderes MaXiXe, com 7. O duelo entre ambos pode assegurar matematicamente as duas equipes na próxima fase ou apenas adiar um pouco a classificação às quartas-de-final. Vitória da equipe do XIX assegura ambos na fase seguinte, empate garante apenas o Tricolor Mouro e triunfo do XXII posterga a vaga maxixense, que deverá vir após o encontro com o, candidatíssimo ao Troféu Newtão, João XXIII.

Os auribrancos, por sinal, encaram a renovada Esquadrilha Abutre, que se fizer o dever de casa, como todos os adversários dos calouros fizeram até aqui, alcança os seis pontos e põe o pé nas quartas. A classificação dependeria, então, do resultado do jogo final contra o IPM e do desempenho dos mais acirrados rivais pela quarta vaga, o AtecubanosTM11. Estes, inclusive, terão rochedos pelo caminho, pois nas rodadas finais encaram a Matilha Prateada e o Tricolor Mouro.

E a história não conta a favor dos orange-noir, por contabilizar um retrospecto do XI com Álcool de 1 vitória e 3 derrotas, 14 gols pró e 15 contra, embora o duelo mais importante, a semi-final do Csapão 2006, tenha sido vencida com autoridade pelos veteranos por 4 a 1.

Além desse contratempo que não entra em quadra, os maiores vencedores do Csapão também não terão as presenças de Marão, em merecido descanso pelo litoral fluminense, e do Professor que decidiu concluir seu processo de recuperação física antes de retornar de vez ao futsal candango ou csapiano.

A oportunidade que o AtecubanosTM11 pode vislumbrar é a campanha abaixo das que os Impróprios costumam apresentar, somando, até o momento, 1 vitória, 1 empate e 1 derrota, o que hoje representa apenas um ponto a mais do que o próprio esquadrão orange-noir.

Para tentar reverter a sequência negativa, o IPM contará com a volta de Melo, que cumpriu automática no empate com o MaXiXe em função da expulsão na rodada anterior contra os XXiitas.

Portanto, domingo o Csap acompanhará mais um duelo de titãs na Tropical Academia e, para que rufem ainda mais os tambores, decisivo para as pretensões de ambos.

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domingo, setembro 27, 2009

Derrota para Abutres pode significar fim de linha para as 'Viúvas do Professor'

O Atecubanos Onze não repetiu a boa atuação da segunda rodada e foi derrotado pela Esquadrilha Abutre por 7 a 5, minimizando suas chances de alcançar as quartas-de-final da competição. Para não depender de uma combinação de resultados, terá de vencer os dois jogos restantes contra o IPM, no próximo domingo, às 11 horas, e dia 17, contra os XXiitas. A vitória em apenas um dos jogos levará os orange-noir a torcer para que seus adversários mais diretos na briga pela vaga tropecem.

A partida desta manhã foi um retrato fiel do que aconteceu na estreia contra o Maxixe, embora desta feita a equipe tenha tido vantagem maior durante alguns momentos do confronto e inspirado reações mais esperançosas da torcida. Pela primeira vez na temporada, a Falange Neranciera fez-se representar por sua ala feminina, graças às companheiras de Diego Vettori e de Camillo Fraga (o da Retíficas Camillo).

A equipe do IX e XI Csap's abriu o placar em poucos minutos, em chute cruzado de Carlão da ponta direita. Minutos depois, Daniel Didi Nogueira ampliou o marcador em forte chute desferido do meio da quadra. 2 a 0. Aí a pressão abutreana começou a se fazer sentir. Comandados no setor ofensivo por Serginho e Thiago Alvim, os nerazzurri não davam trégua a defesa adversária e, em um desses avanços, diminuíram a diferença no marcador. Mas os atecubanense-ónzimos estavam, àquela altura, focados no jogo e Camillo, ausente por mais de três anos, recebeu passe entre dois oponentes e chutou na saída de Carlos para ampliar para 3 a 1.

Após esse início promissor, 'a casa começou a cair' para o lado mais calouro da história. Com reiteradas deficiências no sistema defensivo desde o primeiro jogo, os orange-noir voltaram a sofrer para tentar parar as investidas veteranas. Os insucessos foram se acumulando e, da mesma forma, o número de vezes em que seu gol foi vazado. O empate dos Abutres foi questão de tempo, devido, entre outros fatores, a erros básicos cometidos pela equipe, como a dificuldade persistente de posicionamento em cobranças de falta sofridas e em escanteios pró ou contra. O exemplo mais característico disso foram duas bolas na trave sofridas, uma delas que passou no meio da barreira, aberta como sempre, mesmo com a presença de três jogadores mais o goleiro.

Abalados pelo trauma, o Atecubanos Onze se lançou ao ataque e criou inúmeras oportunidades de gol com Marão, embora nenhum de seus disparos cruzados tenha sido concluído com a precisão necessária. A marcação do quarto gol veio em jogada ensaiada há anos e conhecida da história csapiana. Adriano, após falta sofrida, deu lugar a Gustavo Persa Persichini, exímio cobrador, somente para a execução do lance. A barreira posicionou-se da mesma forma como vinha se apresentando aqueles formadas pelos orange-noir e Persa soube calibrar o chute no canto direito de Carlos e recolocar seu time em vantagem. Desigualdade que, no entanto, não durou muito. Faltando pouco para o final da primeira etapa, desatenção caloura na cobrança de escanteio deixou Serginho apto a dominar e girar sobre o goleiro Felipão para encobri-lo e empatar a partida que foi para o intervalo em 4 a 4. O placar era o mesmo da virada para o segundo tempo contra os maxixenses, o que trazia preocupação aos bi-campeões.

Durante o intervalo, discutiu-se a respeito das formas de se estancar as investidas rivais, principalmente quanto à atuação de Thiago Alvim, principal nome dos Abutres. De um lado, dizia-se que era preciso mais disposição, principalmente nas divididas, de outro, conclamava-se à maior atenção no posicionamento tático e na saída de bola.

A segunda etapa começou equilibrada e os gols não surgiram tão céleres como nos primeiros vinte minutos. Mas, quando surgiram, vieram em um átimo de segundo. Em estocadas inesperadas, Thiago Alvim marcou o quinto e o sexto gols e completou a desestabilização do Atecubanos Onze. Depois disso, mudanças foram feitas em todos os setores e os bicampeões conseguiram reduzir a desvantagem com mais um gol de Carlão, seu segundo. Começavam, então, a voltar para o jogo. Começavam, porque o 'efeito bumerangue' voltou a tomar conta e, seguindo tentativa frustrada de empatar a partida, o escrete sofreu a ducha de água fria do sétimo gol. 7 a 5 . Não houve tempo para mais nada, somente para assistir os gritos da Esquadrilha Abutres de que eles eram fregueses.

Por ora, os orange-noir seguem na quarta colocação do Grupo A, com 3 pontos e 8 gols de saldo, como mostra a tabela a seguir:


GRUPO A

Time
PG
J
V
E
D
GF
GC
SG
1
Xxiitas
9
3
3
0
0
26
7
19
2
Maxixe
7
3
2
1
0
18
16
2
3
IPM
4
3
1
1
1
20
7
13
4
Atecubanos XI
3
3
1
0
2
27
19
8
5
Abutres
3
3
1
0
2
18
21
-3
6
João XXIII
0
3
0
0
3
8
47
-39



A constatação mais dura para os atecubanense-ónzimos é que um de seus principais pontos fortes, a saída de bola, hoje é um de seus problemas mais agudos. A 'Marcusdependência' é notada a cada vez que se enfrentam adversários mais qualificados e suas ausências, por razões de dificuldade de deslocamento e pelo trabalhamento de recuperação física e musuclar, são sentidas nitidamente. E o mais inusitado é que a data deveria representar um presente ao craque que aniversaria amanhã.

Ficha do jogo:

Atecubanos Onze: Felipão, Adriano, Didi, Leonardo e Carlão. Entraram: Diego, Persa, Marão, Camillo.
Gols: Carlão (2), Didi, Camillo e Persa.

sábado, setembro 26, 2009

Missionários atecubanense-ónzimos têm motivos para acreditar na vitória

A missão do Atecubanos Onze na terceira rodada do Clausura 2009 não será das mais fáceis. Nem o retrospecto amplamente positivo de denominações anteriores da equipe (XI de Setembro e XI com Álcool) deixam os missionários mais tranquilos, porque um tropeço pode valer o abandono das pretensões de classificação às quartas-de-final, repetindo a frustrada campanha do primeiro semestre.

Os confrontos começaram em 2003 com a primeira vitória orange-noir ainda como XI de Setembro, por 4 a 3, na Copa Csap e são seguidos por novos triunfos por 8 a 3 no Csapão do mesmo ano e 11 a 8 na épica semi-final do Csapão 2004. Essa última partida talvez seja o único motivo de contratempos ocorridos nos duelos dos times mais veteranos da EG/FJP, uma vez que houve discordâncias por parte abutreana com as anotações do mesário Guilherme Boina Orair, à época também jogador do Atecubanos. Os rubro-negros, hoje nerazzurri, alegavam que a desvantagem era menor do que a computada e houve, até mesmo, chute pelo lado de dentro da quadra do atleta Gladimir contra a mesa que se encontrava ao lado do alambrado pelo lado de fora.

O primeiro grito da Esquadrilha aconteceu após a primeira fusão, que resultou no XI com Álcool, e ocorreu em outra semi-final, a do Apertura 2007. Naquela feita, a equipe, comandada pelo hoje inativo RC e pelo mesmo Gladimir, não deu muitas oportunidades aos atuais campeões da época e carimbaram seu passaporte a final com a vitória por 5 a 3. Depois disso, encontraram-se novamente na primeira fase do Clausura 2007 e houve nova vitória abutreana por 6 a 5, quebrando a invencibilidade dos orange-noir sem, no entanto, retirar-lhes o primeiro lugar da chave. Novo encontro aconteceu na semi-final do mesmo campeonato e a desforra da derrota no início do ano veio em alto e bom tom. 10 a 2 e um futebol de encher os olhos. Para se ter ideia, aos cinco minutos o XI com Álcool já vencia por 4 a 0.

O último jogo entre os dois times terminou 1 a 0 para os mais jovens, porque não aconteceu de fato. A Esquadrilha, devido à ausência no jogo anterior contra os XXiitas, estava eliminada da competição e não pode enfrentar esse último adversário que lhe restava.

O oitavo duelo está marcado para o próximo domingo, às 11 horas, na Tropical Academia (Avenida Ressaca, 360, Coração Eucarístico), palco de quatro dos encontros e desencontros anteriores.

O Atecubanos Onze, segundo apurou o Blog do XI com Álcool, não contará com dois de seus fixos, ambos em cumprimento da extensa agenda na capital federal, Felipe Rocha e Édson Silveira. Felipe esteve envolvido com projeto do segmento da construção civil no úlitmo fim-de-semana e também não pode comparecer naquela data. O Professor Marcus Eugênio alega falta de condições físicas e um compromisso na cidade da tradicional Festa do Cavalo, o município de Bonfim, mas a crença do torcedor é de que ele possa comparecer e demonstrar que, com meia perna, é capaz de lances espetaculares. Difícil não acreditar em sua recuperação, principalmente aqueles que o viram em edições anteriores ser artilheiro e Chuteira de Ouro da competição, além de seus quatro gols contra o João XXIII. O agente Carlão reclamou de dores no pé durante a semana, que teriam prejudicado o desempenho de suas funções profissionais, mas também deve se apresentar para a partida.

O time deve ir à quadra com: Felipão, Adriano, Diego (Persa), Professor (Marão) e Carlão (Leonardo). Podem entrar: Hugo, Samir, Pedro, Guilhemre, Diogo, Didi, Persa (Diego), Marão (Professor), Leonardo (Carlão) e Adrian.

sexta-feira, setembro 25, 2009

A história agradece suas existências

"Não morre nunca quem peleia sempre". A frase, presente no vocabulário de dez em cada dez gaúchos, pode ser ouvida por muitos torcedores no playoff das quartas-de-final do Campeonato Brasileiro de 1998. De um lado, o Sport Club Corinthians Paulista, clube que se sagraria bicampeão algumas semanas depois, do outro, o Grêmio de Football Portoalegrense, com sua tradição de time copeiro, bom nas disputas mata-mata. O autor talvez não seja muito lembrado hoje. O atacante Clóvis Bento da Cruz, ou simplesmente Clóvis, demonstrou sua fé após a derrota por 1 a 0 no primeiro de três jogos contra o alvinegro paulista. Coincidência ou não, no jogo seguinte o tricolor gaúcho venceu no Pacaembu por 2 a 0, com gols de Itaqui e dele, Clóvis, e levou a disputa para o terceiro e decisivo duelo. Na derradeira partida, deu Timão por novo 1 a 0 e os comandados de Vanderlei Luxemburgo levaram a vaga para a semi-final contra o Santos.

O exemplo do paranaense de General Carneiro é representado no Csap, especialmente, por duas agremiações, ao mesmo tempo, amadas e odiadas por muitos participantes. E elas vão se encontrar, no próximo domingo, pela terceira rodada do Clausura 2009. Ambas têm troféus para encher as prateleiras de suas estantes e colecionam histórias que as permitem passar horas e horas prendendo a atenção de seus integrantes, como também dos mais jovens personagens dos campeonatos.

A Esquadrilha Abutres, ou Abutres, e o Atecubanos XI são responsáveis pela manutenção de lendas que serão lembradas para sempre nas mentes daqueles que ouviram e/ou os viram jogar. As equipes são a personificação do espírito de esportividade e competitividade defendidos por seculares indivíduos como Pierre de Fredy, o Barão de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. A formatura de seus componentes não foi força suficiente para levar às suas dissoluções, embora para sua permanência tenham sido necessárias renovações de jogadores.

Mas o símbolo de ambos permanece atrelado à imagem do Csapão e assim parece ser impossível imaginar os torneios sem suas participações, independente da colocação que ambos alcancem. Se os agora nerazzurri (distintos dos atuais tetracampeões italianos da Internazionale em virtude do azul dos csapianos ser cor do céu) chegaram ao Olimpo com o ouro em 2000, primeiro campeão do Csapão, e em 2007, capitaneadas pelos astros Gladimir e RC, e os orange-noir sejam imbatíveis em conquistas (XI de Setembro - Csapão 2002, 2003 e 2005, Copa Csap 2003, Proálcool - Csapão 2004, Copa Csap 2004 e XI com Álcool - Csapão 2006, Clausura 2007), outro objetivo é manter sólida suas identidades. Não fosse assim, três calouros do extinto Black Jack não teriam aceito vestir as sagradas cores abutreanas. Não fosse assim, a última fusão do Csap entre Atecubanos e XI com Álcool não teria sido concretizada.

O exemplo das duas agremiações abre espaço e fortalece os ex-alunos da EG/FJP a continuar presentes e atuantes apesar de tantas outras terem ficado no caminho. Os mais novos veteranos fora da universidade, Galáticos e Bento XVI, dão demonstrações que, ainda que não mantenham o mesmo ritmo de treinamentos e preparações, continuam adversários altamente respeitados e difíceis. A esperança é de que sigam essa trilha, mesmo porque os mais calouros (João XXIII e XXIVas) ainda não provaram que podem manter o nível apresentado nestes nove anos de Csapão, o que pode mudar com o decorrer das participações.

O domingo será de disputas e valerá o iminente fim de trilha de um ou dos dois times na chave A, a depender do resultado do confronto, ou poderá significar a embalada rumo à classificação e a criação de um novo candidato a mais uma conquista. Mas será, antes de tudo, o símbolo máximo de que suas presenças fazem a diferença.