segunda-feira, abril 12, 2010

Rápido e implacável: ataque 'orange-noir' lembra o Santos dos anos 1960 ou de 2010?

A foto acima é sinal do que aconteceria menos de uma hora depois de ter sido tirada. Não significa necessariamente uma satisfação por ter deixado os adversários desta manhã blue, como anunciado na postagem anterior. Até porque, não se sabe se foi em razão daquele mesmo texto, mas os Deztemidos se apresentaram com um novo uniforme, vermelho. Mais uma novidade, que agrada bastante aos fornecedores de materiais esportivos com representações na capital. Desde 2002, os veteranos do X Csap já  se apresentaram com os uniformes alviceleste (Os ∏ó) e alvirrubro (O'River), em 2002, totalmente rubro (novamente O'River), em 2003, e o tradicional todo azul, lembrando a camisa da seleção italiana, adotado em 2004, no ano da fusão dos dois times daquela turma csapiana.

De um lado, os Deztemidos não contavam com Rodrigo Otávio, com dificuldades em comparecer por não manter residência na capital mineira, Rafael Falce e Leandro 'Maestro'. Do outro, ausentaram-se o ala Diego Vettori, conforme previsto ontem, e os outrora confirmados Samir Moysés e Camillo Fraga. À reportagem do Blog do XI com Álcool chegou a informação de que o descendente de libaneses estaria em Niterói, não se sabe se prestando assistência a algum parente alarmado com os últimos dias da tragédia que assolou o município fluminense ou se alojado em residência de familiares para poder assistir à semi-final de Taça Rio entre Flamengo e Vasco.

Em que pese os desfalques, ambas as equipes vieram com um elenco recheado de bons jogadores e o Atecubanos TM 11 surpreendeu e compareceu com um reserva para cada posição, precisamente, com exceção da vaga de arqueiro. A orientação inicial, inclusive, era de se tentar realizar as trocas por posição, para manter um certo entrosamento da equipe.

A equipe 'orange-noir' que começou em quadra estava formada por Felipão, Adriano, Bruno, Alencar Leonardo e Ângelo. Nas alas, dois jogadores muito rápidos (Bruno, segundo ele mesmo, perdeu 8 kg nos últimos meses apenas controlando a ingestão de doces e seus excessos calóricos) e com características notadamente ofensivas. Em boa parte da primeira etapa, o que se viu foi a aproximação do pivô da equipe, sempre pelo lado esquerdo.

A ofensividade da equipe deixava alguns espaços no meio-campo e na defesa, mais uma vez impedindo que a marcação meia-quadra funcionasse, como ocorrera duas semanas antes no confronto diante do XoXota. Mas, como o Santos da década de 1960 (na verdade, o grande time praiano começou sua sequência de sucessos em 1955, ano em que Pelé estreou com a camisa alvinegra), a máxima era a de fazer mais gols do que sofrer. E não tardou para que isso ocorresse o tanque, o Matador Minardi, camisa 13. Parece que tem se tornado uma máxima dizer que o forte jogador atecubanense-ónzimo tirou o primeiro zero do placar, mas tem sido assim há algum tempo, inclusive na 1ª rodada desse Apertura. O pivô recebeu bola rolada pelo ala, mas que exercia momentaneamente a função de Ângelo, e, da intermediária, desferiu chute cruzado no canto esquerdo do goleiro Diogo. 1 a 0.

A vantagem do time dos 'calouros' era, mas não era ameaçada com grande perigo. Não se pode dizer que os novos 'Rojos' não atacaram após sofrerem o gol, mas o ímpeto era diferente. E tiveram muito mais chances de sofrer o segundo tento do que de empatar. Um lance que deixou estupefatos os jogadores das duas agremiações foi um contra-ataque dos 'orange-noir' com três atletas na área de ataque concluído por Leonardo a gol duas vezes e, em ambas, com defesa do arqueiro dos Deztemidos. 

Mas, não demorou muito para a vantagem ser ampliada. Em lance que, se fosse transmitido pela Rede Bandeirantes, seria comparado por Luciano do Valle a um lance protagonizado pelo, hoje comentarista, Neto. Naquela oportunidade, o ex-jogador cobrou 11 escanteios em sequência, atuando pelo Guarani.

Dessa feita, Leonardo cobrou o tiro esquinado três vezes, as duas primeiras saíram após encontrar o fixo Otávio pela frente. A terceira tentativa chegou aos pés do camisa 17, o ala Lott, que após dividir com a defesa adversária ampliou o marcador. 2 a 0.

Daí em diante, o domínio ficou a cargo dos nerancieri, que utilizavam sua política de revezar os jogadores todo o tempo, impedindo que houvesse um desgaste físico capaz de comprometer o padrão tático e técnico da equipe. Esse plano de jogo permitiu a continuidade dos avanços da equipe contra um adversário que começava a se acanhar em quadra, saindo sempre nos contra-ataques e não construindo jogadas que empurrassem os vencedores de até então para a defesa.

Mesmo correndo riscos, os bicampeões partiram para cima e alcançaram o terceiro gol mais uma vez com Lott, em chute cruzado da esquerda. 3 a 0.

Mas, a partir daí, os Deztemidos sentiram que ou tomavam uma atitude ou não haveria tempo pra reagir mais. A postura passou a ser um pouco mais ousada e, dos pés de Tulin e Lucas, surgiam as chances mais perigosas. Em poucos minutos, no entanto, a desvantagem diminuiu para apenas um tento com dois gols marcados por Rodrigo Diniz. O primeiro em chute no canto esquerdo de Felipão, quando ele tentava fechar o ângulo, e o segundo em chuta da esquerda em que o mesmo goleiro nada pode fazer. 3 a 2.

O resultado levou os atecubanenses-ónzimos para o intervalo com a velha preocupação do que fazer para manter a vantagem e evitar que o segundo tempo fosse a 'Hora do Pesadelo'. Discutiram, novamente, sobre os espaços deixados na defesa, ainda que tivessem claro que o jogo que precisavam apresentar era exatamente aquele. E, na volta do intervalo, Lucas, do Deztemidos, ainda brincou que o time deles era o da virada, o que poderia não representar um bom sinal para os 'orange-noir'.

A formação 'caloura' tinha Carlão no comando de ataque, orientado para ocupar sua real função, assim como deveria exercer Ângelo. Seu papel deveria ser o de puxar a marcação e girar para o gol, em finalizações rápidas e fulminantes. Numa cobrança de lateral pela esquerda de seu campo de ataque, o Atecubanos TM 11 iniciou a jogada do quarto gol. Leonardo tocou para Carlão e, na jogada eternizada por Marão, ele girou como uma porta e carimbou as redes. 4 a 2.

Nesse momento, o time já havia começado a se reorganizar com a entrada do estreante Ramsés atuando ao lado de Adriano e com Bruno avançado com Carlão. Começava a reaparecer a saída de bola da equipe, um sofrimento contínuo desde o afastamento das quadras do 'Professor', que hoje também estreou como técnico, e nas ausências cada vez mais frequentes de Diego Vettori. Ramsés conseguia fazer o time se movimentar mais e quebrar um possível 2-2, do qual o auxiliar-técnico Persa se arrepia só de ouvir falar.

Com um padrão tático mais definido, o time pode fazer um revezamento mais tranquilo e, em jogada da esquerda do ataque, Leonardo recebeu na frente da área e desferiu um tiro alto no meio do gol, em lance indefensável. E começou a fazer ruir as chances dos adversários que levaram um golpe em suas expectativas de empatar. 5 a 2.

Os três gols de frente poderiam ter permanecido por mais tempo no marcador, mas um erro de contra-ataque do time laranja e negro, associado a uma atuação muito avançada da equipe, resultaram na perda da bola ainda no meio-campo e em finalização de Rodrigo 'Bolinha' Furtado quase dali mesmo. 5 a 3.

Para corrigir o erro cometido pouco antes, o mesmo Leonardo que viraria herói e vilão em questão de minutos, iniciou um contra-ataque com um passe de esquerda nas costas do fixo adversário. Lott, um monstro em quadra, passou por trás do marcador e concluiu na saída de Diogo. 6 a 3.
A pressão do Atecubanos TM 11 não terminou aí. Houve tempo para mais uma patada de Minardi Matador, para fazer 7 a 3, e algumas divididas fortes na meia-cancha. Mas o placar ficou nisso mesmo. Primeira vitória na competição e, até que o IPM encare o MaXIXe em jogo adiado dessa rodada, os 'orange-noir' ocupam a segunda colocação do Grupo A.

Pela terceira rodada, mais uma vez ao meio-dia, horário considerado ruim por alguns, os mesmos que passam noites em claro e aproveitam-se, pelo menos, de alguns horas de sono por ser o jogo mais tarde da rodada, os nerancieri encararão a Matilha Prateada tentando repetir a brilhante atuação do Clausura 2009, vitória por 3 a 1.

Ficha técnica:

Atecubanos TM 11: Felipão, Adriano, Leonardo, Bruno e Ângelo. Entraram: Ramsés, Lott, Marão e Carlão.
Deztemidos: Diogo, Otávio, Rodrigo 'Bolinha' Furtado, Diniz e Tulin. Entraram: Lucas e João Victor.

Gols:

Atecubanos TM 11: Ângelo, Lott (3), Carlão e Leonardo.
Deztemidos: Diniz (2) e Rodrigo 'Bolinha' Furtado.