domingo, junho 03, 2007

Por que o XI com Álcool foi eliminado

A pergunta que os atletas do XI com Álcool e aqueles espectadores que torciam para mais um êxito do atual campeão do CSAPÃO se fazem é: o que aconteceu com a equipe da última temporada para essa? Quais os motivos para a impressionante queda de rendimento dos jogadores que mais conquistaram títulos na história dos torneios de futsal da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro?

Uma série de fatores nos ajuda a tentar explicar algo que, pelo menos na atual competição, não tem mais como ser consertado, os estragos estão aí, a vista de todos, para poderem ser vistos. Caberá a cada um refletir sobre o que segue abaixo, concordar, discordar, apresentar outros motivos e tentar modificar a tempo do torneio do próximo semestre.

Após a excelente vitória da final do CSAPÃO 2006, 6 a 2 sobre o Galáticos, o XI com Álcool projetava até mesmo buscar a participação em outros certames além das fronteiras da Fundação. Essa euforia, mesmo que positiva, deu-se com a excelência demonstrada nos dois últimos jogos do primeiro campeonato vencido com a nova denominação, nos quais foi apresentada um futebol a beira da perfeição.

Nada porém foi levado adiante e muitos dos seus membros passaram até 5 meses sem disputar uma única partida desde a conquista do ano passado. Não se pode questionar a escassez acentuada de tempo para se reunirem e jogarem juntos, haja vista o crescente número de atribuições pelas quais todos passaram a responder. Entretanto, se durante a semana as demandas são muitas, nos sábados e domingos, pelo menos quinzenalmente, poderia ser feito um esforço para não perder o ritmo de jogo, a forma física, o entrosamento.

Essas lacunas ficaram claramente expostas para a observação do XI com Álcool como de todos os seus adversários e, que isso fique bem claro, uma reiteração do que já vinha ocorrendo no ano passado.

Apenas para rememorar, na 1ª fase do último torneio, a equipe sofreu derrota para o atual finalista IPM por 4 a 3, venceu o XVII por 7 a 5 e empatou com o Piqueteam em 3 a 3. Na repescagem, venceu o Sexta Feira XIII por 2 a 0 e perdeu para o Fenomelístico por 4 a 3.

Em 2007, a 1ª fase não trouxe maiores problemas em termos de resultados, já que classificou-se em 1º do grupo com 9 pontos, após vitória suadas sobre o mesmo Sexta-Feira XIII por 6 a 5 e sobre o XVII, novamente por 7 a 5, e um W.O. sobre o Atecubanos. Nas duas partidas realmente disputadas, os erros cometidos foram inúmeros, a saber:
  • Na estréia, havia apenas um atleta de início no banco de reservas em condições de jogo. Logo, pode-se perceber, que as substituições por motivos físicos ou táticos poderiam modificar nesse caso muito pouco.
  • Jogou-se no malfadado esquema de dois defensores e dois avantes muito distantes entre si. Quando ocorria um contra-ataque era impossível os dois avantes chegaram a tempo para interceptar a jogada, o que colocava a equipe em risco permanente.
  • O preparo físico coletivo era sofrível, o que tornava mais dramático o esforço por confrontar adversários bem mais jovens do que o XI com Álcool. Não bastasse o intervalo sem jogar da maioria, a condição atlética desses que se formam em 2007 foi bem melhor do que a desse veteranos.
  • Na partida contra o XVII, apresentaram-se outras claras imperfeições dos onzealcoolicos. A começar pela desconcentração abatida sobre a equipe que ganhava por 4 a 0 até o final do primeiro tempo e teve que lutar com dificuldades para evitar o empate quando do 5 a 4.
  • Em segundo lugar, ressalte-se a incapacidade marcante em finalizar a gol, já que não foram poucos os chutes que acertaram as redes de proteção vindos de inúmeros presentes ao jogo.
  • Os cartões amarelos que foram exibidos em larga escala, por um árbitro mediano, que, entretanto, não compremeteu o resultado final da partida, foram reflexo da falta de condição física e psicológica para acompanhar os calouros e dar-lhes o bote.
  • Acrescente-se ainda que os avanços do XVII não foram evitados com os necessários chutões para fora da área ou de suas imediações e, o que ocorreu muitas vezes, foi a tentativa de se sair jogando com a bola em condições altamente periculosas.
Essa série de erros não poderia ser corrigida de outra forma que não jogando, errando, acertando, mas procurando superar as falhas das partidas anteriores. Como, no entanto, nos quinze dias que antecederam a semi-final não foi disputada ao menos uma pelada conjunta, era evidente que eles voltariam a aparecer quando houvesse esse reencontro.

O adversário da vez, a Esquadrilha Abutres, vinha apresentando um futebol sólido desde o início da disputa e, como citado nos Pergaminhos (Persichini, 2007), ela realizava sua melhor campanha desde 2000. Contava ainda com reforços, com relação ao campeonato anterior em que não marcaram um mísero ponto e ocuparam a última colocação, como Tesca, Tiago Alvim e RC. Essas figuras, realmente, trouxeram novas variantes de jogadas e complementaram as características daqueles que vinham defendendo o escrete mais antigo em atividade no CSAPÃO.A derrota, portanto, veio sim pelo mau futebol apresentado pelo XI com Álcool, mas também pelo ótimo momento vivido pelos Abutres.

No que respeita aos motivos dos atuais campeões ressalte-se a apatia demonstrada, em especial, na segunda metade do jogo. Em momentos nos quais a derrota acontecia por pelo menos 2 gols, não havia, analisando-se coletivamente (sempre é mister frisar este ponto), pressa para se reiniciar a peleia.

A marcação, leia-se sistema defensivo e não só aquele ou aqueles que atuavam de fixo, foi o ponto determinante para a merecida derrota. As ausências de Adriano, que disputou a competição pelo Atecubanos, e de Felipe Rocha, lesionado, foram sentidas pela equipe com uma contudência enorme. Todos os que por lá passaram na semi-final de 2007, o fizeram sem o auxílio dos alas que necessitariam recompor e evitar a sobrecarga em uma única pessoa. No mínimo quatro dos cinco gols sofridos aconteceram por essa razão e obervaram-se trocas de passes na frente ou dentro da área, impedindo o arqueiro de fazer muita coisa para evitar a finalização efetiva dos contragolpes. Necessita-se, pois, tomar uma atitude para sanar essa constante deficiência: ou alguém, e aqui não cito o nome de ninguém, já que é uma decisão a ser tomada individual e também coletivamente, assume a condição de fixo para atuar permanentemente na posição e somente avançar em lances de clara chance de gol, orientando também a recomposição da marcação, ou temos de providenciar urgentemente alguém que exerça eficazmente essa função.

No mais, o momento requer que ergamos a cabeça e lembremos que ainda temos um compromisso pela frente daqui a duas semanas, na decisão do 3º lugar contra o Galáticos. Todo o respeito é pouco para enfrentar essa equipe a quem já vencemos duas vezes, mas por quem já fomos eliminados (no caso o XI de Setembro) da Copa CSAP 2006. A disputa começará sem vitoriosos, qualquer que seja o lado, e espero que não comece também com derrotados de véspera.

Era isso que precisava ser dito de minha parte. Quem considerar necessário e pertinente responder a essa postagem, agradecerei sinceramente.