domingo, outubro 18, 2009

Cruzadas do Século XXI na Tropical Academia

O início do horário brasileiro de verão trouxe ao AtecubanosTM11 e aos XXiitas um compromisso sacrificante neste domingo. As duas esquadras csapianas teriam pela frente um confronto entre ambos a partir das 9 horas da manhã (8 horas no relógio biológico) e, para isso, necessitariam convocar seus atletas a saírem mais cedo de suas camas para irem à Tropical Academia disputar a última partida da 1ª fase.

Os indícios mostram que nem mesmo os responsáveis pela administração do complexo esportivo estavam preparados para o primeiro dia após o adiantamento dos relógios em uma hora. A cena que ilustra isso conta com o árbitro Sérgio e o goleiro/fixo atecubanense-ónzimo Samir Moysés aguardando a abertura dos portões, o que somente aconteceu cinco minutos antes do horário previsto para o começo da partida.

E, de forma similar ao embate de duas semanas antes entre os orange-noir e a Matilha Prateada, os protagonistas do encontro de hoje foram chegando em cima hora, mas o fizeram em número significativo. Os mouros estavam presentes com nove atletas e os bicampeões csapianos levaram à quadra seis nomes, mais o sétimo elemento, Adriano Agrião Otávio que chegou quando a segunda metade era incipiente.

Sem a concorrência de outra partida no horário da abertura da rodada, em função da não-realização de Galáticos e XXIVas e o cômputo de vitória para os veteranos por 1 a 0, o duelo que faz a Terra tremer (XI com Álcool e XXiitas fazem a Terra tremer neste domingo e Investida dos XXiitas arrasa território ónzimo) atraiu a atenção daqueles que aguardavam seus horários subsequentes de entrarem em quadra.

A expectativa de espetáculo em um duelo acirrado foi confirmada pelo bom futebol que apresentariam no reencontro após a vitória moura por 13 a 7 no Apertura 2009. O princípio do cotejo teve como característica preponderante a cautela ao atacar dos dois lados, embora houvesse diferenças visíveis nos jogos de ambos. Os XXiitas se empenhavam na troca de bolas de um lado para o outro, tanto no campo de defesa como no ataque. O AtecubanosTM11 buscava manter a bola no ataque, utilizando prioritariamente o trabalho de seu pivô, Ângelo, e subindo com seus alas, Carlão e Leonardo, para tentar a tabela e a conclusão a gol.

Mas quem saiu à frente do marcador foi o Tricolor Mouro ao executar uma jogada especialidade de seus adversários. Após receber lançamento que partiu do campo de defesa de seu time, Bruninho dominou de costas na área adversário e virou para vencer o arqueiro Felipão. 1 a 0.

Sem demonstrar ansiedade, os orange-noir retomaram o ritmo que vinham imprimindo antes de sofrer o gol. E as jogadas executadas desde o início da partida continuaram fazendo parte do repertório dos veteranos. Em uma dessas incursões às fronteiras mouras, Leonardo estabeleceu a primeira base das Cruzadas do Século XXI. O ala/pivô recebeu bola na frente da área e finalizou no meio do gol sem chances de defesa para João Victor, o Jãozinho. 1 a 1.

O empate trouxe o domínio do jogo para os pés do AtecubanosTM11 e eles continuaram 'agredindo' os representantes da comunidade árabe na Europa do século XI. O esforço não seria em vão, porque não demorou para que o mesmo Leonardo recebesse passe da direita para o mesmo meio da área do gol anterior e chutasse no canto esquerdo do goleiro adversário com precisão para virar o jogo em 2 a 1.

Os nerancieros repetiam o bom primeiro tempo realizado contra o IPM e, àquela altura, ratificavam os sinais de o esquema tático e os fundamentos técnicos da equipe estavam encontrando, finalmente, a sintonia desejada. A torcida poderia, então, acompanhar um desempenho capaz de satisfazer a ida à quadra em horários tão convidativos a outras atividades.

No entanto, as coisas começaram a tomar um rumo diferente com a saída inadequada do goleiro Felipão com a mão fora da área e a advertência recebida com cartão amarelo. Para ele, significava o segundo em duas atuações na 1ª fase e, segundo uma das interpretações do regulamento, isso levava à suspensão automática para a fase seguinte. Alguns, por outro lado, argumentam que somente o cartão vermelho o privaria de disputar as quartas-de-final e os cartões amarelos recebidos até o momento seria descartados, seguindo o mesmo procedimento que é utiizado entre o último jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo Fifa e sua fase final.

O lance da falta não proporcionou o gol ao XXiitas, como também não teve lugar nas duas cobranças seguintes de infrações cometidas pelos veteranos. Mas, a reposição de jogo em arremesso manual, do lado esquerdo da defesa atecubanense-ónzima, lance em que o ala/pivô Leonardo tinha a atenção voltada ao árbitro em questionamento se se tratava de lateral ou falta, resultou no empate do habilidoso Rafael. O camisa 10 tricolor fez uso de sua perna esquerda para chutar no canto direito de Felipão, em mais um lance de agilidade do artilheiro. 2 a 2.

Esse pode ser considerado o momento de maior instabilidade dos bicampeões e o exemplo disso foi a tentativa do TGV Ângelo em resolver com um chute do meio da quadra na reposição, em que pese sua exímia capacidade de converter de longas distâncias.

A habilidade do 10 adversário era demontrada a todo momento, com várias tentativas, muitas delas eficazes, de dribles curtos e desconcertantes, embora em alguns lances ele se empolgasse demais ao buscar chapelar em seu campo de defesa e colocar seus companheiros em risco de levar o gol. Mas ele foi capaz de partir para cima, ainda do meio-campo, dividir com o hoje ala Carlão, ficar com o rebote, cortar para o meio, driblar Felipão e, em novo corte para a esquerda, tocar na saída do guarda-metas do AtecubanosTM11. 3 a 2.

Depois desse revés os orange-noir criaram inúmeras oportunidades de empatar o duelo, mas em alguns momentos faltou um último toque ao invés de finalizar rapidamente o lance. Logo, o placar se manteve até o intervalo.

A tranquilidade tomava conta da equipe, embora fosse o primeiro jogo no campeonato que  iam em desvantagem no placar na virada para o segundo tempo. A diferença para torneios anteriores é que, na atual edição, os atecubanense-ónzimos estavam em condições de reverter a desvantagem  na etapa derradeira.

E, com esse espírito, a equipe retornou para o segundo tempo. Não havia mais a ansiedade que os afetara nas derrotas para o MaXIXe, por 8 a 7, na estreia, nem contra os Abutres, por 7 a 5, na 3ª rodada. Em ambas o resultado, ao final do primeiro tempo, marcava 4 a 4.

A mesma equipe que iniciara o jogo, com o ala Diego fazendo a função de fixo, Carlão e Leonardo nas alas e Ângelo no pivô, voltou para tentar dar uma volta no placar. As características e o preparo físico dos quatro permitia constantes trocas de posição sem comprometer seriamente o esquema tático. A marcação por meia-quadra permaneceu pelo segundo jogo consecutivo como lema para a esquadra.

Em cobrança de lateral, mais ou menos no mesmo lugar em que se iniciou a jogada do segundo gol sofrido, os nerancieros começaram a mudar a cara do certame. Ângelo tocou para Leonardo e recebeu de volta para desferir seu contumaz chute cruzado, no canto esquerdo de Joãozinho, para empatar a partida. 3 a 3.

Sinônimo de disputa aberta, ainda que a vitória não representasse muita coisa na tabela de classificação para ambos. Os XXiitas somavam, ao final da 4ª rodada, 12 pontos e o AtecubanosTM11 6 pontos e saldo positivo de +10 contra -3 do quinto colocado.

A garra que tem sido vista ao atacar e defender pelo lado orange-noir não passou despercebida mais uma vez e uma das tônicas do jogo, desse lado, foram os contra-ataque, iniciados ora desde sua área ora em roubadas do bola no meio-campo e subida com o tridente em V. Essa arma, contudo, não foi a responsável pela virada dos tradicionais desafiadores de quadras csapinas. O lançamento de Felipão para Leonardo, momentaneamente atuando de pivô, não teve um desfecho rápido como ocorre com os implacáveis Ângelo e Carlão. De costas, o camisa 14 dominou parcialmente e ajeitou para a direita. Na virada, livrou-se do fixo que o marcava e após um toque chutou cruzado, por baixo das pernas do arqueiro adversário, para marcar seu terceiro no dia. 4 a 3.

Um jogo lá e cá, em que nenhum dos combatentes queria dar chance para o adversário se distanciar no marcador. Por isso, o Tricolor Mouro logo partiu ao ataque, capitaneada pelo astro Rafael, artilheiro do Apertura 2009 com 27 tentos. E ele chegou ao seu décimo quarto no Clausura ao rumar do lado esquerdo do ataque para o meio e chutar forte no meio do gol. Nada a fazer, somente observar o 4 a 4.

Quando alguém poderia comentar que o placar era líquido e certo e que ninguém mais almejava algo além disso, os orange-noir recarregaram suas baterias. O lema de atacar é preciso, ganhar também é preciso, passou a nortear a atuação dos jogadores de laranja e negro. O craque Diego, em lance de investida pela intermediária esquerda, viu a chance de por números finais ao prélio e em preciso chute cruzado, no canto esquerdo de Joãozinho, mandou novo desempate. 5 a 4.

Os calouros não poderiam perder sua invencibilidade na última rodada da 1ª fase. E voltaram a partir para cima, mas agora tinham pela frente o peso-pesado Samir Moysés e sua determinação de não deixar passar nada. Para isso, ele entrou faltando três minutos no lugar de Carlão e mostrou para que havia comparecido. Nesse período, Samir rechaçou três ataques XXiitas, um deles com falta, e reforçou em parceria com Agrião o sistema defensivo de seu escrete. O sufoco do final de jogo, visto duas semanas antes se repetiu mais intensamente, porém a recompensa mais uma vez teve lugar. Final de encontro: AtecubanosTM11 5 x 4 XXiitas.

O resultado assegurou o terceiro lugar da Chave para os veteranos com 9 pontos e 1 de saldo, após a eliminação do João XXIII pelo não comparecimento para o encontro com o MaXIXe na hora seguinte. Os XXiitas terminaram em primeiro com 12, os alviverdes em segundo com 10 e a última vaga à fase seguinte ficou nas mãos da Esquadrilha Abutre ao empatar em 2 a 2 com o IPM, eliminando a Matilha Prateada.

No próximo domingo, às 10 horas, está marcada a decisão de quartas-de-final entre XoXota e AtecubanosTM11. O time segundo colocado da Chave B tentará repetir seus sucessos anteriores (5 a 4 - Apertura 2008 e 11 a 2 - Apertura 2009) para alcançar mais uma vez as semi-finais. Do outro lado, a ascensão orange-noir, com as voltas de Persa e, provavelmente, de Édson Silveira e do Professor, poderá acabar com mais um tabu.

AtecubanosTM11: Felipão, Diego, Carlão, Leonardo e Ângelo. Entraram: Adriano e Samir.
Gols: 
AtecubanosTM11: Leonardo(3), Ângelo e Diego.
XXiitas: Bruninho e Rafael (3).