domingo, maio 16, 2010

Eliminação marca fim da parceria Atecubanos e XI com Álcool

Se o prognóstico no Atecubanos TM 11 era a vingança contra seus algozes de dois anos antes, o intento não foi alcançado. O resultado final pode dar a impressão, meu caro leitor verá,  de que não fora possível hora nenhuma outro destino. Mas, quem acompanhou a primeira metade do cotejo e não esteve presente para os vinte minutos derradeiros poderia dar outro testemunho.

O reencontro com o 171 teve peculiaridades que ficarão registradas nos compêndios do Csapão para o bem e o para o mal. Apenas para introduzirmos os fatos inusitados, relembremos da mesma fase da competição no Clausura 2009 envolvendo os 'orange-noir' e o XoXota. Naquela data, além da classificação do 'Salmão Endiabrado', chamou a atenção o descompromisso do árbitro e sua negligência com a cronometragem do tempo de jogo. Uma batalha quase surgiu entre o apitador e o, à época, capitão veterano, Persa, quando este foi tomar satisfações com aquele sobre a antecipação do fim da partida.

Desta vez, ainda no sorteio inicial, os capitães Leonardo (Atecubanos TM 11) e Nandinho (171) receberam a solicitação do juiz Gérson de que antecipassem o retorno para o segundo tempo. Segundo a autoridade da partida, ele possuía um compromisso em Venda Nova às 13 horas e necessitava deixar a quadra, no máximo, ao meio-dia. O objetivo do homem de preto não tinha a mínima condição de ser atendido, simplesmente pelo início do jogo anterior, marcado para as 10 horas, ter atrasado em 20 minutos, o que repercutiu na segunda partida da rodada naquela quadra. Começando às 11 horas e 20 minutos e considerando os 5 minutos regulamentares de intervalo, não havia como encerrar a partida antes das 12 horas e 5 minutos. Além disso, quando Gérson pediu que as equipes não dispendessem 10 minutos na virada de tempos, mas apenas 5, ele mostrou desconhecimento da regra que estabelece justamente os 5 minutos de descanso.

O jogo, apesar dessa 'curiosidade' inicial, começou com cautela pelos dois lados. Os 'orange-noir' se armaram com dois alas com boa saída de jogo, Ramsés e Diego, de forma idêntica à utilizada na vitória contra os Abutres, para tentar movimentar ao máximo a bola. Os 'bucaneiros' mantiveram seu estilo de jogo tradicional com Caio (Nando Reis) e Péu nas alas para permitir o jogo vertical de Nandinho a Thiago 'Chucky'.

As duas equipes criaram chances claras de abrir o placar e os 'veteranos', apenas nos quinze minutos iniciais, carimbaram as traves três vezes, com Ângelo e Diego, além de enfrentaram o arqueiro Mairon em uma boa manhã, defendendo bolas difíceis do ala adversário.

O 171 se valia de parar o jogo com muitas faltas, ao final do primeiro tempo computaram cinco, e, para tentar aproveitar essa arma, Persa entrou para demonstrar sua principal virtude em quadra. No entanto, ele não estava tão inspirado como em embates anteriores e não soube fazer o melhor uso dessas chances.

Numa saída de bola em que o mais veterano jogador dos mais veteranos tentou disparar a gol ainda de seu campo de defesa, Nandinho interceptou-a no meio da quadra e imediatamente afundou o pé dali mesmo para desilusão de Felipão que não teve tempo para alcançá-la. 1 a 0.

E... bom, com quinze minutos, aquele mesmo árbitro encerrou o primeiro tempo. Como assim? Ele afirmou que havia completado vinte minutos e foi para o intervalo. Escaldado pelo imbróglio de 2009, Persa foi atrás do árbitro para mostrá-lo que faltavam cinco minutos para o fim da primeira etapa. Minutos antes, Leonardo já havia pedido para Samir, então no banco de reservas, procurar a organização o Csap e adverti-los acerca da conduta de Gérson, imprópria desde antes do apito inicial.

Para alívio geral, Djanis (IPM e DA Csap) também estava cronometrando e confirmou que o tempo regulamentar ainda não havia decorrido por completo. Porém, a 'autoridade' do jogo, incomodada pelo questionamento não ficou muito satisfeita e decidiu ir embora, sem cumprir com a obrigação para a qual havia sido contratada.

Depois de algum diálogo com as presenças dos atletas do Atecubanos TM 11, 171 e a organização do torneio, chegou-se ao consenso de que o apitador poderia ser um atleta da Puc Minas que acompanhava a rodada de seu torneio na quadra 3 da mesma Tropical Academia.

Com isso, os cinco minutos restantes foram disputados e restabelecida a ordem. E, nesse intervalo, os 'bucaneiros' partiram para cima visando à ampliação do marcador. Teriam, no entanto, que superar os adversários que, até aquele momento, jogavam bem e rodavam bem a bola.

Mas nada disso foi obstáculo para os calouros, na base do toque de bola entre Chucky e Péu, chegarem ao segundo gol e irem para o intervalo com a folga no placar.

Vários fatores pesavam contra os atecubanenses-ónzimos, como as ausências de Marão e Carlão, mas, mais que isso, os insucessos em quartas-de-final em três dos quatro torneios anteriores e as duas derrotas nos dois últimos encontros entre os duelantes dessa manhã.

O segundo tempo começou como o primeiro, mas os 'nerancieri' não conseguiram mais promover o mesmo futebol da primeira etapa senão nos primeiros minutos. Depois, o controle foi total do 171, que, após anotar o terceiro tento, tomou conta completa da partida e avançou para saquear o adversário, como bons piratas que são. Não bastava apenas vencer, era preciso mostrar toda sua fúria futebolística e assim o fizeram.

O fogo amigo contribuiu para o Atecubanos TM 11 não conseguir se recuperar. Samir que, nos cinco minutos finais do primeiro tempo, estava bebendo com Guilherme 'Boina' Orair nas arquibancadas, voltou deliberado a entrar em quadra de qualquer maneira. Não se notaram sinais de embriaguez no atleta, mas a infração cometida por ele não poderia ser aceita pelos demais companheiros, como salientou Persa no momento em que o descendente de libaneses afirmou que entraria para jogar.

Naquele momento, mais ou menos cinco minutos da etapa derradeira, ainda se conseguiu convencê-lo a aguardar um pouco devido ao seu estilo de jogo não ser o mais adequado para a partida. Mas, tomado o terceiro gol, ele ignorou as recomendações e adentrou a quadra 1.

Não bastasse esse ato de indisciplina que, claramente, abalou os demais atletas, seu desempenho não esteve próximo ao apresentado na derrota para o MaXIXe, pela quarta rodada, quando anotou dois gols. Contra o 171, ele ainda conseguiu finalizar a gol uma vez em um chute cruzado, mas desentendeu-se com o cobrador oficial de faltas, Persa, em lance logo à frente da área que desperdiçou e ainda perdeu várias bolas de domínio razoavelmente fácil.

Claro que a responsabilidade dos cinco gols seguintes que o time levaria não poderá ser depositada na sua conta, mas sua indisciplina contribuiu decisivamente para o arraso sofrido pelos 'nerancieri'. Nem a tentativa de utilizar Adriano como goleiro linha foi bem sucedida, considerando que essa alternativa não havia sido empregada em nenhum momento do Apertura 2010 pelos veteranos.


O 8 a 0, pior derrota sofrida na história do XI com Álcool (inclui Atecubanos TM 11) garantiu o 171 nas semi-finais contra os XXiitas, que derrotaram o IPM por 5 a 2. Na outra perna da semi-final, o XoXota que venceu o XXaVeco por 7 a 2 (2 a 2 no tempo normal e 5 a 0 na prorrogação) encara o Bento XVI, o Boca das Gerais, que derrotou os Deztemidos por 4 a 1.


Além de mexer com os brios dos bicampeões, a derrota trouxe consequências muito maiores. Com o risco de alguns atletas da Velha Guarda do elenco se desfiliarem sem volta do time, coisa que chegou a ser anunciada por dois deles, o Atecubanos e o XI com Álcool encerram sua parceira após um ano. O Blog do XI com Álcool ressalta que os atecubanenses foram extremamente importantes tanto no Clausura 2009 como no Apertura 2010 e as presenças de Hugo, Pedro, Diogo, Didi, Camillo e Samir ajudaram não só no quórum mínimo como também para alcançar vitórias. No entanto, a hora é de cada um seguir seus caminhos  dados os princípios que norteiam as duas agremiações.

O XI com Álcool voltará a partir de setembro às disputas e, desde já, assegura a contratação de RC, craque afastado dos Csapões há três anos e que, somado ao retorno de contusão de Lott e a continuidade de Ramsés, acrescentará mais fôlego, incisividade e renovação à equipe.

Ficha técnica:

Atecubanos TM 11: Felipão, Adriano, Ramsés, Diego e Ângelo. Entraram: Persa, Leonardo e Samir.
171: Mairon, Nandinho, Caio (Nando Reis), Péu e Thiago (Chucky). Entraram: Bruno (Mudim) e Mateus (Negão).