sábado, novembro 19, 2011

Primavera Árabe se estabelece no Csapão

O Csapão Clausura 2011 realizou sábado, 05 de novembro, as partidas que marcaram seu grand finale. Com as decisões do Troféu Newtão, do 3° lugar e do título, o público pode desfrutar de sua desejada cerveja para acompanhar, na quadra do Colégio Promove Mangabeiras, os tão aguardados duelos.

Desde as 10 horas da manhã, a audiência pode prestigiar a vitória do Time dos Não-Titulares (TNT) sobre o Atecubanos por 7 a 3, o que conferiu mais uma vez o troféu destinado à equipe com a pior campanha do torneio à esquadra formada por atletas do XI Csap.

Em seguida, foi a vez de seguir com os olhos fixos nos disputados lances da Matilha Prateada contra os ´Bucaneiros´. IPM e 171 fizeram um confronto super equilibrado durante toda a primeira etapa e a primeira metade da fase derradeira. O encontro, que ia empatado até o 4 e 4, tomou outro panorama logo após os representantes do XVIII Csap conseguirem retomar a frente no marcador. Com o 5 a 4 no placar e um plantel maior do que o do adversário (três suplentes contra um), o desfecho parecia líquido e certo. Mas a surpresa não demorou a aparecer e a melhor defesa da primeira fase, que só havido sofrido quatro gols nos quatro primeiro jogos, sofreu cinco apenas nos seus últimos dez minutos no campeonato. Com isso, selou-se o terceiro posto para os alvinegros do 171 com a vitória por 9 a 5 e o destaque, como de costume, para o habilidoso Nandinho.

Ao meio-dia, com narração inaugural da Rádio DA Csap (veja vt na íntegra no podcast), os atuais campeões do XXIItas encontraram novamente em uma final o XoXota, atuais vice-campeões. E o início da final marcou um intenso predomínio da equipe rosa e negra, em que se destacou a permanente troca de passes no meio-de-campo, principalmente com Diogo, Pagliara e Marcel. O plano de jogo dos ‘Salmões Endiabrados’ nada mais representava do que seu estilo de atuar, característico desde o início de suas aparições no segundo semestre de 2007.

Com o predomínio na posse da bola, artifício muito usado no salão para fazer o tempo passar enquanto a equipe tenta encaixar um jogador apto para a finalização, os discípulos de Xavi Hernández, Andrés Iniesta e Lionel Messi passaram boa parte do primeiro tempo. Mas não se tratava de uma ação sem objetividade, já que, a todo momento, a formação chegava em condições razoáveis de disparar ao gol de Daniel.
Se o jogo coletivo era o destaque dos tetracampeões do Csapão, o matemático ‘De Azul’ resolveu demonstrar que era possível ver algo mais. Ao dominar uma bola na linha de fundo pelo lado esquerdo, o avante encontrou um marcador que não o permitia seguir em linha reta. Então, parou a bola, fez que ia voltar e, quando o adversário fez o mesmo movimento, ele puxou para a esquerda, num elástico maravilhoso, entrou na área e tocou no canto direito, na saída do arqueiro oponente para marcar 1 a 0.

A desvantagem no placar fez com que o ‘Tricolor Mouro’ tivesse de sair um pouco mais para o jogo e tentar ultrapassar a marcação do XoXota, muito bem encaixada naquela manhã. A diferença, no entanto, residia no posicionamento do então vice-artilheiro da competição, Raphael Vasconcelos. Autor de 21 gols, o maior goleador do Csapão desde 2008 não conseguiu passar do meio-campo e, quando o fazia, não tinha espaço para ultrapassar seus contumazes marcadores.

Mesmo assim, os atuais campeões do Apertura insistiram nos avanços e começaram a chutar da intermediária e, em dois lances, deixaram Galvão mais atento devido às finalizações que passaram uma de cada lado de sua meta mas não provocaram estragos maiores. E, da mesma forma que aconteceu com o XoXota, também tiveram que lançar mão de outro artifício para chegar com mais perigo ao gol. No caso xxiita, a velocidade foi a opção adotada e experimentada em uma descida pelo flanco esquerdo da quadra. Baka chegou à linha de fundo e cruzou para Raphael, sozinho no meio da área, tocar para as redes e empatar a partida em 1 a 1.

A igualdade no marcador poderia dar uma nova feição à partida, porém o que se viu foram salmões endiabradas muito mais racionais e perigosos. A exemplo da seleção brasileira de Dunga antes do Mundial de 2010, a equipe continuou firme na marcação e começou a explorar os contra-ataques, principalmente com a agilidade de ‘De Azul’. E foi exatamente com ele que chegaram ao segundo tento após roubada de bola em seu campo defensivo. No dois contra um dos rosa e negros contra os tricolores, o artilheiro puxou a bola para a intermediária direita e fuzilou dali mesmo, conseguindo acertar o canto direito de Daniel que ainda esticou os braços sem conseguir impedir o gol. 2 a 1.

O cenário continuou da mesma forma até o fim da primeira etapa. Os tetracampeões mantendo a posse de bola e sendo pouco ameaçados em sua meta, enquanto os atuais campeões ainda não conseguiam reeditar as exímias atuações ocorridas durante todo o torneio.

Após o intervalo, viu-se uma outra dinâmica de jogo por parte do ‘Tricolor Mouro’, que iniciou a segunda etapa com o ânimo renovado para bombardear o arqueiro Galvão. Mas se a atitude dos atletas do XXII havia feito com que eles começassem a se acertar em quadra, a eficácia desse comportamento não era completa. Mais finalizações certas eram realizadas e, no entanto, graças ao arqueiro que esteve fora no campeonato anterior em função de viagem ao exterior o placar não era alterado. As defesas tão seguras deixavam qualquer um reticente quanto a possibilidade de que ele fosse vazado uma vez sequer.

A vantagem do XoXota fazia com que Raphael explicitasse seu descontentamento pelas bolas não recebidas de Leo Alonso, que, em alguns momentos, demorava a dar o passe ou a partir para disputá-la. Tanto a situação não estava satisfatória que o craque xxiita resolveu dar um tempo no banco, ainda que isso enfraquecesse um pouco seu escrete, e acompanhar o que seus companheiros poderiam fazer durante os minutos de sua ausência.

Para o torcedor presente no Colégio Promove, parecia clara a oportunidade do ‘Salmão Endiabrado’ aproveitar a oportunidade e definir o placar nesse período. E, claro, você, leitor, vai dizer que sempre estão presentes os deuses da bola. Na final do Clausura 2011, é possível dizer com segurança que eles estavam assistindo bem de perto. Tão próximos que viram o mesmo Leo Alonso, vilão há pouco, girar na intermediária direita depois de dominar um passe e, de bico, chutar forte contra o arco rival. Forte o suficiente para a número cinco desviar levemente em um adversário e morrer no ângulo superior esquerdo de Galvão, estático no lance em razão da mudança de trajetória da bola. 2 a 2.

Se para alguns como Pagliara o físico não era problema, uma vez que era possível vê-lo atravessar a quadra em questão de segundos um sem número de vezes, para outros o cansaço começava a pesar. ‘De Azul’ reconheceria mais tarde que, àquela altura da partida, estava extenuado e Marcel já havia cedido o lugar para Diego. Por isso mesmo, o tempo técnico foi solicitado por Chan, para ver se conseguia evitar o desequilíbrio de sua equipe.

E pouco depois da volta do tempo técnico, ouviram-se gritos da torcida chamando o recém entrado Steavy de louco. Com lesão no ligamento anterior detectado pelo departamento médico, o jogador mais habilidoso do XoXota e que o desfalcara desde o fim da primeira partida do torneio, foi, literalmente, para o sacrifício. Lembrando o atacante corinthiano Liédson, que pode ser visto em algumas de suas últimas partidas mancando em campo, o atleta do XX Csap entrou em quadra e participou logo de uma contenção de ataque oponente. E, no lance seguinte, subiu para converter o terceiro gol de sua equipe. Recebeu cruzamento na área, passou do goleiro e, para seu desespero, também não conseguiu completar o movimento para tocar para o gol. O ligamento não o deixou parar em pé e ele terminou sua participação ali mesmo.

A partir daí, o cenário de vantagem xxiita se consolidou e os avanços da equipe e sua troca de passes na área foram bem mais intensos. Baka e Leo Alonso começaram a aparecer, Theta também passou a dar muita movimentação à equipe e mesmo Xandão que não atuou durante muito tempo teve uma chance de empatar a partida logo que entrou na metade da segunda etapa.

A diferença começou a acontecer quando Leo Alonso exerceu bem seu papel de pivô e ao escorar uma bola dentro da área, marcado, deixou-a para o camisa 10, Erick, que entrara há pouco. Entrara para desempatar a partida e deixar ensandecida a torcida que se fazia presente nas arquibancadas. 3 a 2.

O desconcerto psicológico, então, tomou conta do XoXota e a partida ficou completamente sob controle dos representantes do povo muçulmano. Os contra-ataques eram permanentes pelo lado mouro e os ‘Salmões` já não conseguiam se posicionar adequadamente para tentar mudar a história. Tanto é que, em avanço dos tricolores comandado por Leo Alonso, Galvão impediu que o adversário passasse por ele, derrubando-o. O arqueiro já possuía amarelo e, pelo lance, recebeu o vermelho da árbitra Juliana que, no entanto, poderia ter esperado a conclusão da jogada, que terminou em gol.

Se a cobrança da falta não resultou em gol, pouco tempo depois, em outro lance de cobrança de infração, a bola sofreu para Vinícius Baka aproveitar a desvantagem numérica do adversário e escorar para fazer o quarto gol. 4 a 2.

Daí em diante, os tricolores administraram a vantagem e chegaram próximos ao gol mais algumas vezes. Com Chan no gol, o XoXota não sofreu tanto perigo mais, mas também não conseguiu diminuir a diferença no placar. Assim, os XXIItas chegaram ao bicampeonato e puderam, na entrega das medalhas e do troféu, em tom amistoso, gritar novamente pelo título e tirar um sarro sobre a ‘tremedeira’ do XoXota.

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