domingo, abril 05, 2009

Crônica de uma morte anunciada

Não haveria título na literatura mundial mais apropriado para definir o que aconteceu com o XI com Álcool no Apertura 2009. A campanha do outrora temido e multicampeão csapiano foi a mais desastrosa de sua história e justificou a precoce eliminição do torneio, pela primeira vez na primeira fase.

A quinta e decisiva rodada começou antes dos orange-noir entrarem em quadra, ao meio-dia, para enfrentar os líderes e classificados Xoxotas. Na primeira partida do grupo, os Abutres protagonizaram o primeiro w.o. de sua história ao comparecer com apenas três jogadores para o duelo contra os XXiitas, Carlos, Reinaldo e Serginho. Até o momento discute-se aonde se encontram Lott e Bicalho, os dois que completariam os cinco presentes na manhã de hoje. Com o resultado, conforme regulamento, a equipe foi eliminada e todos os resultados de suas partidas passaram a apresentar o placar de 1 a 0 para os adversários.

O incidente resolveu uma pendência que os ónzimos possuíam, uma vez que ainda necessitariam enfrentar a mais tradicional equipe do CSAP, cumprindo partida adiada da 1a rodada. E mais, o XI com Álcool entraria em quadra com o mesmo número de pontos (4) e mesmo saldo dos Galáticos (-6), que encarariam os Deztemidos.

Se eventos dos oponentes beneficiavam de certa maneira os bi-campeões, por outro lado eles não faziam sua parte nem mesmo antes do início do prélio contra os "Salmões Endiabrados", afinal para se alcançar o quórum mínimo necessitou-se contar com Alencar, atleta inativo nos últimos oito meses e que, de antemão, informara a respeito de sua condição física.

As consequências das ausências em peso não poderiam ser outras senão a pior goleada sofrida na história da agremiação veterana. 11 a 2, com Persa marcando os dois tentos do XI. Louve-se, no entanto, o desempenho dos calouros campeões do Apertura 2008, que desempenharam o bom futebol que os torcedores estão acostumados a acompanhar. Garantidos em primeiro na chave B, encontrarão o atual campeão e algoz, Bento XVI, nas quartas-de-final. São candidatíssimos ao título, mas devem preocupar-se, especialmente, com o primeiro da chave A, IPM, que com o reforço de Mauro está destroçando seus rivais.

Mas, voltando ao jogo, há que se considerar que os orange-noir que atuaram com Felipão, Adriano (fixo), Persa e Leonardo (alas) e Alencar (pivô) suaram bastante para evitar uma infinidades de outros gols, marcadamente no início da segunda etapa. O abuso das faltas na primeira etapa, oito, e o recebimento de cartões amarelos, para Leonardo e Alencar, foi substituído por um pouco mais de calma na segunda metade, mas isso foi suficiente apenas para o massacre não ser maior.

O importante para o XI agora é repensar suas pretensões daqui em diante e exigir de seus atletas o compromisso de, pelo menos, ir às partidas e em forma física aceitável. Afinal, ausentar-se em uma ou outra partida é razoável, mas não comparecer constantemente, não justificar e deixar a equipe nessa situação delicada deve provocar a reflexão de todos os envolvidos. Caso contrário, tornar-se-á um mero figurante como hoje o são o Bangu (RJ), Guarani (SP), o América (MG), dentre outros. Lembre-se ainda que os jogos são marcados com antecedência razoável a fim de possibilitar a organização por parte dos participantes.

E mais importante de tudo é a lição que fica de que não se ganha apenas com a camisa e as estrelas conquistadas, sem treinos e somente com diálogo antes dos certames, o máximo que se alcançará é a disputa do Troféu Newtão, antigo Porquinho de Ouro, se é que o XI com Álcool conseguirá levar número suficiente de atletas para o encontro com o Black Jack no último fim de semana de disputas.

Um comentário:

Belo-horizontino por direito e moedense por opção. disse...

O tradicionalíssimo Onze com Álcool mostrou que sabe bem conviver com as vitórias mas não sabe ainda encarar as derrotas. Deu mostras de nenhum espiríto esportivo ao se recusar a disputar o Troféu Newtão. Lamentável não só pela arrogância e descaso do time com as regras do CSAPÃO como também lamentável pela não particpação do time grande confraternização que envolveu os jogos da rodada decisiva do campeonato. Eu que torcia pelo ressurgimento da equipe, a tenho agora como um time antipatizado. Assim, a morte anunciada da equipe não culmirá numa semelhança ao simpático America-RJ e à Lusa. A semelhança estará mais próxima da antipática Ponte Preta.